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Eleições 2024

Bruno desiste de concorrer em Goiânia e Darrot prega consenso

Presidente da Assembleia Legislativa de Goiás diz que está “adiando o sonho” de ser prefeito da capital, e que agora vai focar no projeto para se eleger

Bruno Peixoto: fora da corrida à prefeitura de Goiânia em 2024 Bruno Peixoto: fora da corrida à prefeitura de Goiânia em 2024

No mesmo dia em que o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot (MDB) disse que aguardaria decisão do governador Ronaldo Caiado (UB) para iniciar sua movimentação em busca de viabilizar o seu nome como candidato a prefeito de Goiânia pela base governista, Bruno Peixoto (UB), presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, outro nome que vinha intensificando sua presença na mídia com o intuito de ser o escolhido para encabeçar a chapa da base aliada na capital, anunciou ao blog da Fabiana Pulcineli, do jornal O Popular, que está fora da disputa e que vai focar no projeto de eleição para deputado federal em 2026.

À coluna Giro, também do jornal O Popular, Jânio Darrot, que esteve à frente do executivo da cidade da região metropolitana por dois mandatos, disse que só iniciaria movimentos em busca de viabilizar sua candidatura ao Paço depois que o governador Ronaldo Caiado anunciasse que seria ele o escolhido para representar a base na disputa. A intenção de Darrot é a de preservar a união dos aliados, evitando que a disputa por essa viabilização acabasse impedindo o consenso da base.

“Não vou fazer nenhuma movimentação, nenhuma articulação. Só vou fazer alguma coisa, visitar, articular, se for definido. Se for definido, vamos trabalhar, vamos buscar viabilizar essa candidatura”, e completou: “Só vou ser candidato se for um consenso da base e essa definição vai ser através do governador. Ele vai conversar com todo mundo. Se Bruno for candidato, vamos estar com ele. Se não for, quero o Bruno conosco. Para termos chances reais, a base precisa estar unida”, afirmou.

“Adiando o sonho”

Bruno Peixoto, por sua vez, apesar de, nos últimos meses, ter intensificado sua presença na mídia e dado diversas entrevistas reforçando o desejo de disputar a prefeitura de Goiânia, disse nesta quarta-feira (17/01) que “está adiando o sonho” de ser candidato a prefeito de Goiânia e que vai, a partir de agora, focar na eleição para deputado federal em 2026. “Não desisto de um sonho, mas ele pode ser adiado. Estou adiando esse sonho”, explicou.

Segundo aliados de Bruno, o presidente da Alego entendeu que “não vale a pena ficar brigando dentro do seu partido, dentro do grupo”, e que só o consenso poderia construir uma candidatura com chances de vitória. Para esses interlocutores, diante das demonstrações de resistência da cúpula do governo à candidatura de Bruno, não justificaria a insistência, sob pena do presidente da Alego sair desmoralizado.

“É uma eleição difícil havendo união, imagina com gente atuando contra internamente. Chega uma hora que começa a desmoralizá-lo (Bruno)”, diz um aliado do presidente da Alego.

Apesar de toda movimentação buscando se viabilizar como candidato ao Paço, Bruno Peixoto já havia deixado claro desde o início que só seria o candidato da base, caso não houvesse outros nomes viáveis para a disputa. Entre governistas, o que se comenta é que o governador Ronaldo Caiado não estaria disposto a abrir mão da presença de Peixoto na presidência da Alego nesses dois últimos anos do seu mandato.

Nos últimos dias, Bruno recebeu convites de outros partidos para filiação e, assim, levar adiante o seu sonho de disputar a prefeitura de Goiânia, mas a hipótese de mudança de legenda foi descartada pelo político. “Fico muito lisonjeado e muito grato ao PRD, ao Avante e ao PP. Estou muito feliz com os convites e com a demonstração de amizade. Mas existe a fidelidade partidária e existe a minha lealdade ao governador Ronaldo Caiado (UB)”, diz o deputado.

Ana Paula: “Eleitor não quer apenas um gestor, quer também um prefeito honesto”

Para a advogada e empresária Ana Paula Rezende (MDB), filha do ex-prefeito de Goiânia e ex-governador de Goiás Iris Rezende Machado, o desejo demonstrado pelo eleitorado goianiense, que, segundo pesquisas qualitativas, estaria disposto a eleger um nome com perfil de gestor para a prefeitura de Goiânia nas eleições de outubro próximo, tem a ver com a memória que esses eleitores têm da última administração do seu pai à frente do executivo da capital. Iris, morto em novembro de 2021, foi quatro vezes prefeito de Goiânia e duas vezes governador do Estado, e é considerado o maior tocador de obras da história política de Goiás.

Ana Paula ressalta, no entanto, que as pessoas não querem apenas um gestor. Segundo ela, a população de Goiânia, sobretudo pela situação em que a cidade se encontra atualmente, quer também um político que seja honesto, coerente e que saiba impor sua liderança em benefício da cidade e seu povo. A emedebista se espelha na história do pai para sustentar a sua análise.

“Meu pai era um bom gestor, mas tinha muito mais do que isso. Ele tinha zelo, espírito público, amor pelas pessoas, era correto e sempre foi muito coerente. Então, tinha uma liderança enorme. Vejo aquelas medidas duras que ele teve que tomar. Ele conseguiu “consertar a prefeitura”, como ele falava, mas porque tinha uma liderança muito grande. Ele sabia que tinha o povo do lado dele. E liderança a gente não consegue do dia para a noite. Ela é construída”, defende.

Primeiro nome cotado para encabeçar a chapa governista para a prefeitura de Goiânia, Ana Paula descartou, em meados do ano passado, a hipótese de disputar o Paço nas eleições de outubro próximo. Ela avaliou que uma eventual entrada na política eleitoral exigiria que ela construísse o seu próprio caminho, e que a lembrança do seu nome para a disputa dizia mais sobre uma homenagem ao seu pai. Ana sugeriu, no entanto, que continuará na política, contribuindo com Goiânia e com Goiás, sempre defendendo o que, de acordo com ela, aprendeu em casa: a boa política.

Jânio Darrot

Em recente entrevista ao jornal O Popular, Ana Paula falou sobre o encontro que teve com o empresário Jânio Darrot (MDB), ex-prefeito de Trindade por dois mandatos e um dos nomes cogitados para encabeçar a chapa da base do governador Ronaldo Caiado (UB) à prefeitura de Goiânia. Na oportunidade, a emedebista teria sido convidada para integrar a chapa do governista na condição de vice, caso, obviamente, Jânio Darrot seja o nome escolhido da base para a disputa.

“Tivemos uma conversa aberta. Ele não falou que seria o candidato escolhido, falou que era pré-candidato e, se fosse o escolhido, perguntou se eu aceitaria participar da chapa com ele, porque acha que poderia contribuir muito para a vitória. Fui sincera, falei que havia decidido que não seria pré-candidata a prefeita, disse todos os motivos e que nunca tinha pensado em participar de uma chapa como vice. Foi honroso para mim receber o convite dele”, explicou, dizendo que ficou de avaliar a proposta.

Ana Paula ressaltou, também, que não tem dúvidas que a decisão quanto ao nome da base governista para disputar a prefeitura de Goiânia nas eleições do ano que vem será, em última instância, do governador Ronaldo Caiado. Segundo ela, Caiado tem legitimidade política e eleitoral para decidir quem melhor representará a base governista no pleito de 2024.

“Hoje, o grande líder político é o governador Ronaldo Caiado. Acho que a escolha do candidato vai passar por ele. Ele tem estatura moral e eleitoral para ajudar a escolher. Claro que ele vai ouvir os aliados, vai ouvir o vice-governador Daniel Vilela (MDB), mas acho que a escolha vai ser dele”, aposta, completando que confia na escolha de Ronaldo Caiado porque vê nele uma preocupação, um cuidado especial com a capital. “Pelo apreço que o governador tem por Goiânia, tenho certeza que ele vai escolher o melhor, ele vai ter cuidado nessa escolha”, frisou.

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