O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) se indignou com a possibilidade de suspensão das obras do hospital do Complexo Oncológico de Referência em Goiás, o Cora, e criticou quem questiona a obra tendo em vista paralisá-la. O ex-governador Marconi Perillo, cujo partido, PSDB, questiona as obras no Tribunal de Contas do Estado (TCE), é adversário do atual governador.
Cora será o maior hospital público de tratamento do câncer do Brasil, com uma ala exclusiva de pediatria. Conforme o Governo de Goiás, as obras da unidade atingiram 40% do total. “É atitude de um criminoso que não para de, cada vez mais, querer punir o povo goiano”, afirmou Caiado, em entrevista ao jornal “O Popular”, publicada no sábado, 7.
O tucano requereu a anulação do Termo de Colaboração firmado entre o Governo de Goiás e a Fundação Pio XII - entidade que administra há 62 anos o Hospital do Amor de Barretos, referência no tratamento contra o câncer do Brasil.
“Isso aí sai de qualquer linha de bom senso, querer alegar descumprimento de norma. Porque é de uma canalhice ímpar. Ímpar. É um canalha corrupto. O cidadão roubou a saúde de Goiás toda. Assaltou o Estado. Se enriqueceu e manteve a família com grandes patrimônios no exterior, tá certo? Com dinheiro roubado da saúde do Estado de Goiás”.
Sólido
Caiado diz que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) apresentou um sistema jurídico sólido para estruturar o Cora. Vários despachos, estudos e pareceres foram adotados no marco regulatório - cuja regra central é a Lei 13.019/2014, que possibilita atribuir a gestão do Cora à Fundação Pio XII.
“Não tem nenhuma novidade nisso. A lei foi regulamentada em 2016. Então, está lá, claro, a maneira como se pode fazer. Você vai fazer aquilo que se prevê na lei, que é uma parceria de um consórcio. Em que ele tenha a finalidade de fomentar uma instituição sem fins lucrativos e que ela também terá a responsabilidade de fazer o funcionamento da obra. Então isso tá previsto”, disse.
“Só um canalha como esse é capaz de assinar isso aqui. E o pior de tudo é que é homem bundão, frouxo. Só tem coragem atrás do papel. Essa é a característica deste homem que assinou. Não vou falar esse nome. Esse é um crápula que assinou esse documento”.
A reportagem não obteve retorno do PSDB até a publicação desta informação. O veículo aguarda o contraditório e defesa da ação protocolada no TCE.
Presidente do TCE: Corte compreende a importância do CORA
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), acompanhado do seu secretariado, esteve na tarde da última segunda-feira (02/10) na sede do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, onde foi recepcionado pelo presidente da corte de contas, conselheiro Saulo Mesquita.
Caiado apresentou ao tribunal o modelo jurídico adotado para as obras e gestão do Complexo Oncológico de Referência de Goiás (CORA), empreendimento que está sendo construído em Goiânia desde fevereiro último. Também participaram do encontro os conselheiros Sebastião Tejota, Helder Valin, Edson Ferrari, Carla Santillo, Kennedy Trindade e Celmar Rech.
Com previsão de ser entregue em agosto do ano que vem, o CORA será o primeiro hospital público estadual exclusivamente dedicado ao tratamento contra o câncer e será estruturada com 148 leitos de internação, centro cirúrgico, farmácia, centro de exames por imagem e de infusão quimioterápica, além de casa de apoio para acompanhantes e ala exclusiva para pediatria. O investimento previsto é de R$ 424 milhões.
De acordo com Saulo Mesquita, o Tribunal compreende a importância dessa obra como impulsionadora das políticas públicas de saúde e qualidade de vida, especialmente para as crianças e idosos. “É preciso dar dignidade no tratamento dessa doença terrível e que traz consequências enormes para a pessoa diagnosticada e toda a sua família”, destacou. O presidente acrescentou que o TCE-GO vai exercer seu papel controlador, acompanhando a execução da obra e os termos contratuais, com bom senso e equilíbrio.
Caiado defendeu a importância do CORA para a população goiana, e também a competência e experiência da Fundação Pio XII para a construção, gerenciamento e a operacionalização da unidade hospitalar, que será referência no tratamento do câncer em crianças. “É um tratamento diferenciado, com protocolos diferenciados, que exigem uma unidade de saúde especializada”, disse. Caiado apresentou números sobre a morte por câncer em Goiás, destacando que, atualmente, 7,2 mil pacientes goianos fazem tratamentos oncológicos em Barretos.