Carro com som alto passando na rua, as janelas e portas começam a tremer, a televisão parece estar no mudo por não se escutar o programa apresentado. Pessoas reunidas em casa, a música tocando no último volume, todos no local tentam falar alto, para que se escute o que está sendo dito. Algumas pessoas da vizinhança não se incomodam com o barulho, outros entram em colapso e ligam para a fiscalização, pedem socorro por não conseguirem descansar, devido ao alto som.
Essas são algumas das situações que acontecem diariamente em pequenas e grandes cidades. Nesta última semana foi Dia do Silêncio, a data criada para conscientizar dos efeitos da poluição sonora. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ruídos que ultrapassam 50 decibéis (unidade de medida do som), são prejudiciais à saúde humana e animal.
Seja barulho de som automotivo, meios de transporte, obras urbanas, shows ou produções industriais, cada uma dessas transmissões de ruídos pode levar as vítimas a terem efeitos negativos, como estresse, falta de concentração, ansiedade e outros distúrbios.
Cláudio Everson da Silva e Souza, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Aparecida de Goiânia, explica que é relevante que a sociedade reflita sobre o convívio coletivo e responsável. “É um momento de reflexão, haja visto que nós podemos viver na coletividade e respeitando o espaço do outro, utilizando apenas aquilo que é permitido por lei e que não é prejudicial à saúde”.
Segundo o secretário, brigas e rixas entre vizinhos já aconteceram devido a perturbação de som alto na rua. “Eu já estou na frente da secretária desde 2018, até então não houve mortes, mas brigas, rixas, vias de fatos entre um vizinho e outro por conta disso”. E conta que “já tivemos situações de condução para delegacia de ambas as partes e de lá desencadear um processo para ser discutido no poder judiciário por muito tempo”, declara Cláudio Everton.
O modelista e morador de Aparecida de Goiânia, Reiliôner Souza Silva, relata que já perdeu noites de sono por causa de festa com som alto em seu bairro. E narra sua história de estresse quando escuta o barulho excessivo chegando em sua casa, segundo ele “escuto de longe o ruído de música, ainda mais se estiver com o grave ligado”.
Reiliôner também afirma que fez várias denúncias a Secretária Municipal do Meio Ambiente (Semma), e declara que “na maioria das vezes, os fiscais não vêm ao local. Peço a minha família para denunciar na esperança de que eles percebam que outras várias denúncias estão sendo feitas e venham ajudar, mas é difícil eles passarem aqui na rua”.
O direito de um ser humano acaba quando começa o do outro, respeitar o espaço e a paz no ambiente do próximo é necessário para que a sociedade viva em constante harmonia.