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CAFÉ COM O PSICANALISTA

Medo de FALAR em público ou FALHAR em público?

Precisamos falar sobre este medo que afeta tantas pessoas, em diversas situações.

Imagem ilustrativa da imagem Medo de FALAR em público ou FALHAR em público?

Desde os primeiros momentos que precisamos nos expor e apresentar aquele pequeno trabalho na escola, ou me apresentar a um grupo pela primeira vez, e ainda quando precisava explicar uma ideia nova para algumas pessoas experimentamos aquele misto de sentimento: não sei de darei conta e se irão me compreender; e se acharem feio como eu explicar? e ainda se eu me engasgar e a voz sumir? Enfim, isto tudo nos leva a sentir um misto de sentimentos, inclusive sensações físicas. Você já passou por algo parecido? E hoje ainda, na sua vida e atividades atuais se percebe neste mesmo lugar? Precisamos falar sobre isso.

Nós desde que nascemos buscamos uma outra pessoa, até mesmo para que possamos sobreviver e aqui não só fisicamente, mas sim alguém que me valide e através do seu desejo me mostre a validação de estar aqui. Desde a alimentação, cuidado com a saúde, com o ensinar algo e até mesmo nos livrar da morte, somos constituídos com estes outros que muito ou pouco nos deseja, mas claro, sempre da maneira que eles conseguem. E vale destacar aqui, que nem sempre será suficiente, e nunca será capaz de nos dar tudo que queremos, pois somos seres faltantes, como diz o psicanalista Lacan.

Disto vem uma ideia sobre a realidade da existência: se não formos bons ou agradáveis àquelas primeiras relações afetivas, seja ela pai, mãe ou outra pessoa que assume este papel, corremos um enorme risco de não ser amado, não ser desejado e medo de ficar aqui neste mundo sozinho, sem nenhuma validação. E por isso, começamos uma saga, quase que heroica, para agradar e corresponder em tudo às expectativas daqueles outros que me cercam. E de fato, é heroica pois daí surge o risco de esquecer quem de fato somos em detrimento aos desejos e fantasias de ser o filho perfeito, o aluno perfeito, o neto perfeito, e por aí se vai construindo estes papeis que tanto nos massacra.

E você já percebeu que nesta jornada de corresponder ao ideal de qualidade (do outro) com o objetivo, mesmo que inconsciente, de ser bom e agradar para não ser esquecido e não amado vou me anulando e nem dando importância ao que de fato eu quero e desejo. E o pior, já me antecipo em me anular e não fazer nada, e nem falar nada, por que eu sei que não vão gostar de mim, e não vou ser amado.

O terrível e paralisante medo de falhar em público vem desta certeza, inconsciente, de que independente do que vou fazer e falar não gostarão de mim, e daí eu faço de tudo para não me expor, e assim não mostrar quem eu sou.

Em outras palavras, pode se carregar uma certeza perversa: ser eu é errado e feio! Percebe que estamos falando aqui de afeto, e não somente o que parece quando ‘decido’ não falar em público ou me expressar, por pensar que estou errado ou não saber o suficiente.

Você se percebe repetindo este movimento de anulação de si mesmo em detrimento às vontades dos outros? Se sim, precisa ter a coragem de se questionar à quem você tem medo de desagradar? Ou ainda, como foram seus primeiros afetos, voltar olhar para o passado e perceber que talvez ele não esteja tão no passado, mas continua se atualizando em cada momento, trabalho, projetos e relações.

Enfim, se permita! Me fale como tem sido sua jornada em buscar vive mais autentico e livre, te aguardo lá no meu instagram eliassilva.psi

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