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O maior grande desafio deste tema é o grande tabu, que ainda existe. Por isso aqui, nas escolas, no trabalho, na família, nas relações sociais mais diversas é imprescindível falar sobre a possibilidade que todos precisamos ter: Pedir ajuda. Onde muitas vezes a angústia, solidão e depressão se faz presente silenciosamente precisamos falar em alto e bom tom que você não é fraco por precisar de ajuda, ou ainda que há muitos caminhos diferentes que podem ser trilhados; e o mais importante: você não precisa passar por isto sozinho!
Em muitos momentos de crise onde há uma tendencia ao isolamento, precisamos estar atentos às pessoas que nos rodeiam, para oferecermos uma ajuda e conduzir à um apoio profissional, para que todos entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha, e as inúmeras possibilidades que ela nos apresenta.
Este mês de setembro nos convida a olharmos para as muitas possibilidades de vida, que tudo é possível ser ultrapassado e com a ajuda e auxilio correto o caminho fica menos doloroso e angustiante.
Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está pensando em tomar uma atitude limite quanto a vida a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levando-a bons profissionais, que vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente.
Além de ser um gravíssimo problema de saúde pública, com impactos em toda a sociedade, é um problema pessoal e relacional, pois nesta instancia podemos oferecer a ajuda e encaminhar para o tratamento adequado.
Segundo a OMS, todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de autoextermínio do que HIV, malária ou câncer de mama - ou guerras e homicídios. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades.
Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgado pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos.
No mundo a cada 40 segundos alguém realiza o autoextermínio e no Brasil a cada 45 minutos. Ou seja, estes números servem para nos impactar e levantar a seriedade desta situação.
E acima de tudo, para que nos comprometamos a cuidar de cada um, e oferecer a ajuda necessária. E que cada um se permita se cuidar e procurar bons profissionais e passar por situações limites e angustiantes sendo acompanhado, para que assim fique menos doloroso, e consigamos ver as possibilidades que a vida nos oferece.
Enfim, pedir ajuda e estar atento aos que necessitam é o chamado deste movimento. E se permite se cuidar!
Elias Silva
Psicanalista, diretor do Instituto Self de Psicanálise e Psicologia
Consultor e mentor executivo em saúde mental empresarial
