Natural de Ipameri, no interior de Goiás, Júlia Rezende iniciou sua trajetória musical aos 9 anos e, desde então, vem trilhando um caminho de destaque no cenário artístico brasileiro. Com seu novo single, "Aditivada", a cantora aposta em uma mistura inédita de pop e phonk, inaugurando uma fase marcada pela inovação e por uma sonoridade pouco explorada no Brasil. Em entrevista ao Diário da Manhã, Júlia compartilhou detalhes do processo criativo, a recepção do público e as estratégias que têm mantido a música em evidência.
Desde o início, Júlia e sua equipe sabiam que queriam inovar. "Como eu e meu time já queríamos trazer essa sonoridade nova pro mercado brasileiro, nós começamos pela produção musical do beat. Estudamos vários elementos, procuramos inúmeras referências tanto no Brasil como fora. A gente queria uma estética bem diferente, gringa, mas que ao mesmo tempo conversasse com o público e com o mercado brasileiro, sabe?"
Depois de chegar a uma produção satisfatória, ela reuniu mais dois compositores para criar a letra. "Foi assim que nasceu Aditivada."
Com mais de um mês desde o lançamento, Júlia avalia que a faixa ainda está sendo digerida pelos fãs. "Acredito que as pessoas ainda estejam digerindo essa nova fase. Aditivada é bem diferente das outras músicas que eu lancei anteriormente, então quem me acompanha pode ter achado um pouco inusitado. Mas os fãs que me conhecem bem já estão acostumados com essas mudanças de sonoridade, que nós gostamos de denominar como ‘eras’ no cenário pop."
Para manter a música em evidência, o videoclipe desempenhou um papel crucial. "A principal estratégia foi o lançamento do clipe. Como a música pede esse cenário urbano, noturno, perigoso, foi exatamente o que trouxemos pra parte visual: cenas de drift em alta velocidade em volta de mim, que traz esse choque pra quem assiste a primeiro momento."
O videoclipe de "Aditivada" reforça a conexão com a energia vibrante da música. Dirigido por Mess Santos, o clipe trouxe cenas urbanas e noturnas com carros em alta velocidade. "Eu e o Mess Santos somos loucos por desenvolver roteiros malucos e inusitados. Além de companheiro de trabalho, o Mess é um grande amigo. Logo na primeira vez que conversamos sobre o clipe, a gente já sabia que era obrigatório as cenas do carro, e aí a cena do drift ao meu redor foi só a cereja do bolo."
Além de ser a faixa-título, "Aditivada" compõe o novo EP da artista, que aborda uma diversidade de temáticas e reflete sua evolução como compositora. "No EP Aditivada, além da faixa-título, os fãs podem esperar uma variedade de histórias e temáticas. O projeto aborda desde músicas focadas em festas, diversão, até temas que exploram os diferentes aspectos dos relacionamentos, desde a paixão intensa até as frustrações."
Júlia também destacou o desafio de sintetizar mensagens em composições mais diretas. "De fazer o simples bem feito, de sintetizar em poucas palavras aquela mensagem. Afinal, o foco do projeto é tanto a voz com a composição em si, como também a sonoridade e produção das músicas."
Para Júlia, a fusão de gêneros como pop e phonk é uma oportunidade para os artistas brasileiros conquistarem espaço no cenário internacional. "Com certeza, acredito que a fusão de gêneros como pop e phonk pode abrir muitas portas para artistas brasileiros no cenário internacional. Esse foi, inclusive, o principal motivo pelo qual decidi explorar essa mistura."
Ela também reforçou sua intenção de mostrar a pluralidade da música brasileira. "Meu objetivo é apresentar mais nuances do que o Brasil tem a oferecer, além da MPB e da Bossa Nova, que já são amplamente reconhecidas e respeitadas no exterior. Quero mostrar a pluralidade dos nossos estilos, das nossas canções, e evidenciar a riqueza cultural que vai muito além dos gêneros já consagrados."
A trajetória de Júlia é marcada por conquistas desde muito jovem. Aos 17 anos, ela ganhou visibilidade nacional ao integrar o Ravena, grupo formado no X-Factor Brasil. Produzido por Rick Bonadio, o grupo lançou o EP autoral Maravilhosa e marcou presença em programas como o Altas Horas, onde dividiram o palco com Mel C, das Spice Girls.
Após o fim do Ravena, em 2020, Júlia apostou na carreira solo. Sua participação no The Voice Brasil consolidou sua presença no cenário musical, levando-a às quartas de final da competição nos times de Michel Teló e Lulu Santos.
Agora, com um som que mistura inovação e autenticidade, Júlia Rezende aposta em sua singularidade para conectar vivências pessoais com influências globais, redefinindo caminhos para o pop nacional.