Lá tem gente que pensa, chora, grita, sorri, acelera, desacelera, acorda feliz e outras que não querem conversa antes das 10 horas da manhã. É assim que o mundo é feito, de pessoas que podem passar uma vida inteira com uma sensação de vazio, vivendo de forma apática, fria e superficial, mas completamente crédulos de que está tudo bem.
Isso nos assusta ou identificamos com estas práticas?
O despertar acontece quando percebemos que a vida coletiva requer tolerância, amor e muito respeito pelas diferenças e semelhanças que temos.
É exatamente na sua essência que a educação tem hoje seu maior desafio, garantir que o ambiente seja de paz, onde todos convivam com segurança e tenham condições para aprender e ensinar.
Parece que estes problemas começaram agora, mas a OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – já nos alertava dizendo que todos os dias, em 10% das escolas no Brasil, professores e alunos passam por algum tipo de violência. Pode parecer pouco, mas a média mundial deste mesmo dado é de 3%, mostrando que os acontecimentos dos últimos dias apenas estavam encapsulados.
Outro dado apontado pela polícia em relação aos últimos eventos de violência na escola, é que todas as situações tiveram nascedouro nas redes sociais. Assim, este problema não é apenas da educação, a sociedade precisa se envolver nesta “caçada” de retomada da paz no ambiente escolar.
Eis o grande desafio do momento!
Mas isso é possível? Quais são as soluções? Como fazer?
Para contribuir com quem tem feito muitas perguntas e obtido poucas respostas, proponho um olhar 360 graus para a educação.
1. É tempo de investir no currículo escolar com programas de prevenção ao bullying, aconselhamento individual ou em grupo, e atividades extracurriculares que promovam a construção de habilidades sociais.
2. É tempo de envolver e dialogar com os pais, professores, alunos e membros da comunidade em busca das soluções. Isso pode aumentar o apoio e o compromisso com as mudanças necessárias.
3. É tempo de preparar a escola para desenvolver habilidades sociais e emocionais diariamente. Em muitos casos a violência nas escolas é resultado de um conjunto limitado de habilidades que são a base para nossa vida.
As ações imediatas de policiamento podem trazer maior sensação de segurança e nos ajudará a prosseguir dia-a-dia, mas são as medidas de médio e longo prazo que sustentarão a paz que precisamos no ambiente escolar.
Você sabia que ter empatia é muito mais do que colocar-se no lugar do outro? O entendimento da neurociência sobre “Acolher sem querer salvar” pode ser uma saída para a educação que precisamos hoje. Este é assunto para nosso próximo post, espero você lá.