Para realizar a vontade da minha esposa, concordei em fazer uma viagem de navio pela costa brasileira. Acompanhados do Pedro, nosso filho de três anos, embarcamos, em Santos-SP, em um dos maiores navios do mundo, pertencente à MSC, com capacidade de atender 6.200 passageiros e 1.200 tripulantes. Durante 7 dias, desfrutamos dos prazeres que aquele edifício flutuante de dezoito andares nos proporcionou. Shows no majestoso teatro, comidas e bebidas à vontade, cassinos, para quem aprecia jogar, boates, para que gosta de dançar, e por aí vai.
No entanto o meu foco, o que busco analisar neste texto, não são as viagens. Assim, comento o processo de preparação da viagem, que é, sim, a etapa mais complicada. A maioria dos agentes de viagem de navio dispõe de poucas informações. Muitas vezes, cometemos erros pelo fato de o mercado ser carente de profissionais que entendam do assunto.
Nesse meu processo de encontrar o melhor agente, deparei-me, tardiamente, com os serviços prestados por uma pequena empresa, com mais de 20 funcionários, a BP Cruzeiros, de propriedade do Bernardo Porfirio. Posto isso, façamos a apresentação do proprietário da empresa.
Já bem jovem ele começou a trabalhar em cruzeiros marítimos: “dei duas voltas ao mundo viajando”, disse-me. Ele fez de tudo dentro dos navios, até que um dia se sentiu apto a pedir demissão do emprego e montar uma empresa com foco nos milhares de passageiros que necessitam de orientações necessárias para aproveitar sua viagem com tranquilidade.
Bernardo soube aproveitar as oportunidades que a vida lhe deu. Atualmente, é o especialista mais gabaritado do país quando o assunto é viagens em cruzeiro. Soube ele adquirir a competência essencial de atendimento à imensa demanda de passageiros nessa sociedade do lazer resultante do mundo globalizado.
No transcorrer do trajeto Salvador-Maceió, tive o prazer de conhecer Bernardo, que me concedeu uma entrevista, a qual apresento, aqui, aos meus leitores.
Conte-nos como foi o seu começo nas viagens em cruzeiro?
Bernardo - Comecei em 2004, numa empresa lá no Alaska, como assistente de garçom, trabalhando no refeitório dos tripulantes, depois no bufê, serviço de quarto e aí, em 2006, tive a ideia de escrever um livro sobre viagens em cruzeiro. Não existiam publicações sobre como é viajar em cruzeiros no Brasil. Estavam “bombando” as viagens, esse tipo de viagem, no país. Daí, escrevi esse livro a bordo do navio e fui procurar editores. Em um mês, a “Folha de São Paulo” se interessou em publicar meu livro. Foi muito legal.
Qual foi o próximo passo em sua vida profissional?
Bernardo - Enquanto eu trabalhava de consultor para eles já estava começando minha agência de viagens, que sempre foi on-line. Sempre foi um site. Teve várias versões. E aí, em dezembro de 2015, minha agência já estava vendendo e precisava da minha atenção. Eu pedi demissão do emprego de Miami e assumi meu negócio, com 100% do meu tempo.
Como foi com a covid-19?
Bernardo - Minha empresa teve suas dificuldades na época da pandemia. E, hoje, ela é estilo market place de cruzeiros. Nesse mundo globalizado e com a empresa completamente on-line, voltei para Araxá, por causa dos meus pais. É de lá que gerencio minha empresa.