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Descubra se você tem a Síndrome da Impostora e como tratá-la.

Diferentes perfis de pessoas podem desenvolver a Síndrome do Impostor, porém há certos indicativos no histórico emocional ou familiar que podem servir de alerta

Imagem ilustrativa da imagem Descubra se você tem a Síndrome da Impostora e como tratá-la.

Apesar de não ser classificada como doença, porque não consta no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) da Associação Americana de Psiquiatria, esta desordem psicológica é bastante estudada.

Os sintomas costumam ser comportamentos similares aos encontrados em outros transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade e fobia social.

Esta síndrome é muito comum de ocorrer nas profissões competitivas, avaliadas e testadas a todo momento, como nas áreas corporativas, da saúde e do ensino, e costuma atingir as pessoas mais inseguras e que internalizam críticas e falhas.

No entanto, qualquer um pode desenvolver esta síndrome, e em qualquer idade, sendo mais comum quando se está em uma posição de ser alvo de julgamentos do desempenho, como ao receber uma promoção no trabalho ou iniciar um novo projeto.

Até hoje, persiste a percepção de que a condição ocorre apenas na ala feminina, mas isso não é verdade. Vários estudos realizados na sequência, nas décadas de 1980 e 1990, observaram que homens também podem se sentir uma fraude.

Por se julgar equivocadamente que o sentimento acomete mais mulheres, o nome da síndrome é encontrado com frequência conjugado no feminino. No entanto, pesquisadores atuais explicam que é possível dizer que a condição psicológica atinge muito mais mulheres do que homens por questões estruturais de uma sociedade patriarcal, machista.

Quais são os principais sintomas psicológicos?

Pessoas com Síndrome do Impostor geralmente apresentam 3 ou mais dos seguintes comportamentos:

Autossabotagem

Autodepreciação ou autocrítica excessiva

Necessidade de se esforçar demais

Procrastinar (adiar recorrentemente) ou abandonar tarefas

Comparação constante com os outros

Medo de se expor e receber críticas

Vontade de agradar a todos

Sentimento de não pertencimento

Hábito de fugir das situações por medo de tentar

Pensamentos repetitivos sobre ser uma farsa, unidos à possibilidade de ser desmascarado por alguém

Sentimento constante de não ser qualificado para o trabalho que se está fazendo, mesmo que isso nunca tenha sido apontado por superiores ou pela equipe

Necessidade constante de provar que é capaz no ambiente de trabalho, associada à frustração ou tristeza intensa

Trabalhar excessivamente

Dificuldade de aceitar feedback positivo em relação ao trabalho

Associar conquistas à sorte ou interferência de terceiros

Quais podem ser algumas causas da condição?

Diferentes perfis de pessoas podem desenvolver a Síndrome do Impostor, porém há certos indicativos no histórico emocional ou familiar que podem servir de alerta. A ansiedade de uma pessoa com a condição está atrelada a uma personalidade muito autocrítica, um sentimento crônico de incapacidade, culpa, desconforto e baixa autoestima.

Alguns pacientes relataram ter sofrido bullying na infância e adolescência. Para além do sentimento de inferioridade como consequência desse trauma, a pressão de pais rígidos durante a formação da personalidade pode contribuir para o desenvolvimento dessa autocrítica constante, quando a criança cria uma exigência muito grande consigo mesma e sua autoconfiança fica distorcida.

Ter modelos idealizados, próximos da perfeição, também influenciam nesse comportamento.

Como investigar a Síndrome do Impostor?

A Síndrome do Impostor é identificada quando uma pessoa desmerece os próprios talentos, capacidades e resultados (Síndrome do Não Merecimento).

Apesar de possuir experiências satisfatórias e haver registro de bom desempenho profissional, estudantil e até mesmo pessoal, ela tende sentir que não é boa o suficiente e que precisa melhorar ainda mais.

Definida como uma série de ações destrutivas ou punitivas involuntárias, a autossabotagem é o comportamento mais característico da condição. Ela pode se manifestar tanto na vida pessoal quanto profissional, o que afeta o desenvolvimento das relações e, principalmente, seu crescimento e sucesso na carreira.

Pessoas com esta síndrome acreditam que o fracasso é inevitável e que, a qualquer momento, alguém experiente irá desmascará-lo na frente dos outros. Assim, mesmo sem perceber, pode preferir se esforçar menos, evitando gastar energia para algo que acredita que não dará certo e diminuindo as chances de ser julgado por seus pares.

Embora seja comum, esse comportamento geralmente não é percebido pelas pessoas que se autossabotam. Ele é grave e pode desencadear doenças como ansiedade, depressão, obesidade, diabetes e cardiopatias (alterações no funcionamento do coração).

Casos mais extremos de um comportamento autossabotador podem até mesmo fazer com que a pessoa se automutile, como forma de punição e impedindo momentos que seriam sinônimo de sucesso e felicidade.

A Síndrome do Impostor pode se desenvolver de formas e com intensidades diferentes em cada indivíduo. O mais recomendado é procurar ajuda de um profissional para ter certeza do diagnóstico e qual o acompanhamento deverá ser feito.

É importante estar atento aos próprios sintomas. A Síndrome do Impostor pode facilmente evoluir para um quadro de Burnout ou estresse crônico. É fundamental compreender que esse sofrimento não precisa ser superado sem auxílio.

Uma consulta com psicólogo ou psiquiatra pode ajudar a compreender melhor o histórico pessoal do paciente e como isso tem refletido em seu comportamento. Com tratamento profissional, é possível lidar com a síndrome e ter uma melhor qualidade de vida.

Como tratar a Síndrome do Impostor?

Uma pessoa que sofre com esta síndrome precisa de ajuda tanto psicológica quanto afetiva, para poder ter a chance de reestruturar suas emoções e ideias de forma que se possa reconhecer como capaz e suficiente para si mesma.

Por vezes, é importante ter reconhecimento de familiares e avaliação positiva de seus resultados por superiores no trabalho, para conseguir melhorar seu entendimento sobre si mesmo e se achar merecedor de conquistas.

No caso de serem identificadas características da Síndrome do Impostor, como tratamento, é indicado que o paciente realize sessões de psicoterapia para ajudar a internalizar suas capacidades e competências, diminuindo a sensação de ser uma fraude.

Além disso, algumas atitudes podem ajudar a controlar os sintomas desta desordem psicológica, como:

Ter um mentor, ou alguém mais experiente e confiável para quem possa pedir opiniões e conselhos sinceros

Compartilhar as inquietações ou angústias com um amigo

Aceitar os próprios defeitos e qualidades, e evitar se comparar ao outros

Respeitar as próprias limitações, não estabelecendo metas inalcançáveis ou compromissos que não possam ser cumpridos

Aceitar que as falhas acontecem a qualquer pessoa, e procurar aprender com elas

Ter um trabalho de que goste, proporcionando motivação e satisfação

Procurar manter uma vida saudável e realizar atividades para aliviar o estresse e a ansiedade, que melhorem a autoestima e promovam autoconhecimento, como yoga, meditação e exercícios físicos, além de investir em momentos lazer (leitura, cinema, arteterapia), são bastante satisfatórios para a convivência com esta alteração psicológica.

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