A morte da jovem Livia Gabriele, 19 anos após um encontro com o jogador Dimas do Corinthians acende um alerta e traz medo quanto à possibilidade de ruptura vaginal e morte após uma relação sexual.
A vagina é um tubo oco e elástico, muito vascularizada. Durante a relação sexual, na fase de excitação, o útero sobe e ela se torna mais longa, para abrigar o pênis. O organismo precisa desse tempo das preliminares para passar por todas essas mudanças, que vão permitir uma relação sexual prazerosa, sem dor e sem traumas.
Rupturas na vagina são raras durante uma relação sexual, pois a vagina tem uma boa capacidade de distensão. É mais comum termos essas rupturas durante um parto normal ou por algum trauma.
Porém, pode acontecer sim durante uma relação sexual com uma penetração mais vigorosa, ou quando há uma desproporção importante entre o tamanho desse pênis e a vagina, ou mesmo uma lubrificação inadequada, levando a maior atrito da região.
Mulheres após o parto e na menopausa podem apresentar uma mucosa vaginal mais fina, menos distensivel e mais propensa a se romper. E ainda assim, é raro que isso aconteça.
A introdução de objetos na vagina, sobretudo pontiagudos, aumenta o risco de que ocorram lesões e rupturas vaginais.
No parto normal, as rupturas, também chamadas de lacerações, são suturadas, quando mais profundas e sangrantes e cicatrizam sem maiores problemas.
Durante a relação sexual, se a mulher apresentar sangramento exagerado, como se fosse uma hemorragia, é necessário procurar atendimento médico com urgência, pois só após um exame ginecológico poderá ser constatado se houve uma ruptura e se é necessário fazer uma sutura, dar pontos nessa região. A depender da ruptura, o sangue pode, inclusive, extravasar para a cavidade abdominal e ser necessária uma cirurgia para retirar esse sangue de dentro da barriga e resolver o que está causando essa hemorragia.
Sangramentos volumosos levam a choque hipovolêmico e queda importante da pressão arterial, comprometendo a irrigação sanguínea dos diferentes órgãos e resultando em parada cardiorrespiratória. É necessário um atendimento rápido para manter a volemia até a hemorragia ser resolvida e assim evitar desfechos tão desastrosos.
Mesmo nas relações sexuais onde há consentimento e não se configura nenhuma violência sexual, pode ocorrer ruptura vaginal.
As rupturas vaginais ocorrem mais no fundo da vagina, podendo acumular sangue na região que chamamos de Fundo de Saco de Douglas.
Lembrando que tal evento é de ocorrência rara e não há motivos para ter medo de uma relação sexual.
O que podemos fazer para evitar que ocorra uma ruptura vaginal durante uma relação?
- Sexo precisa sempre ser consensual
- As preliminares são fundamentais para uma boa lubrificação e as mudanças de posição do útero, visando abrigar melhor o pênis
- Cada mulher tem um tempo necessário para que essas mudanças ocorram e é preciso estar atenta e respeitar o tempo do seu organismo.
- Mulheres com dificuldade na lubrificação, além de investigarem a causa, vão se beneficiar do uso de um lubrificante, diminuindo o atrito e evitando traumas.
- Quando há uma incompatibilidade entre o tamanho desse pênis e a vagina é possível escolher posições onde a mulher controle essa penetração e o tanto que esse pênis vai entrar. Existem ainda acessórios que podem ser colocados na base do pênis evitando que esse pênis maior entre totalmente na vagina e provoque algum trauma
- Evite introduzir na vagina objetos pontiagudos ou que possam traumatizar a mesma. Os sextoys, se forem utilizados, precisam ter formato e material adequado, permitindo segurança em seu uso.
- Se tiver dor em alguma posição, mude a mesma e escolha outra mais confortável
- Sangramento exagerado durante a relação sexual - procure atendimento médico com urgência.
Situações como essa precisam de atendimento médico rápido e adequado.
@drajoicelima