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Quando o Viagra surgiu em 1998 ele revolucionou o tratamento da Disfunção Erétil. Os estudos da Pfizer com o Citrato de Sildenafila, princípio ativo do Viagra, eram para tratamento de angina. A descoberta do efeito da medicação na melhora da ereção peniana foi acidental.
Os participantes da pesquisa começaram a relatar que, ao usarem o Viagra, tinham mais ereções e com maior rigidez do órgão.
Patenteado em 1996 nos EUA, sua comercialização começou em março de 1998 e trouxe um faturamento extraordinário para a Pfizer.
A Disfunção Erétil tem um alto impacto na saúde física e também mental masculina. O “azulzinho” como até hoje é conhecido, veio mesmo como um "salvador da pátria" para muitos homens.
Um trabalho realizado na Suécia mostrou que, após a quebra da patente do Viagra, houve uma redução no número de suicídios entre os homens, já que com as cópias, a Sildenafila se tornou um medicamento mais acessível para um número bem maior de homens com problemas de ereção.
A incidência da Disfunção Erétil aumenta com a idade e após os 40 anos torna-se mais comum, sendo que as falhas na ereção podem ser eventuais. Quando elas se tornam frequentes e persistentes por mais de 6 meses, é preciso procurar um urologista e fazer uma boa avaliação, investigando causas orgânicas.
Doenças como diabetes, aumento do colesterol, hipertensão arterial podem levar a disfunção erétil. Tabagismo, uso exagerado de bebidas alcoólicas e obesidade também são fatores que afetam a ereção.
Além das causas orgânicas temos também as causas psicogênicas, mais comuns em indivíduos mais jovens, com menos de 35-40 anos. O medo de falhar, pode levar à liberação de adrenalina na corrente sanguínea, impedindo a dilatação dos corpos cavernosos no pênis e a ereção. Chamamos esse tipo de falha de Ansiedade de Desempenho.
Tal fato tem levado muitos jovens de 20 e poucos anos a se tornarem dependentes da Sildenafila e outros medicamentos que têm efeito parecido, como a Tadalafila e a Vardenafila, para não falharem na “hora H”. A diferença entre um ou outro medicamento é o tempo de ação e os efeitos colaterais.
Tanto nesses casos em que o problema é psicológico e envolve o medo da falha, como nos casos em que há de fato um problema orgânico, é interessante o acompanhamento com um sexólogo para trabalhar todas as questões emocionais envolvidas na disfunção erétil.
E quando o Viagra não funciona?
Parece desesperador para qualquer homem não conseguir ter uma ereção mesmo tomando o medicamento, e de fato é.
É mais comum que isso ocorra nos pacientes que foram submetidos a cirurgias de próstata, principalmente quando se trata de um câncer de próstata, em que a retirada total da mesma é necessária e pode haver lesão da inervação peniana, trazendo prejuízos transitórios ou permanentes para a função erétil.
Nos casos de hiperplasia prostática benigna, em que se retira só parte da próstata, a disfunção erétil pode ser apenas transitória.
Medicamentos como Sildenafila, Tadalafila, Vardenafila ou Iodenafila, que atuam como inibidores da fosfodiesterase 5 (PDE5I), sempre são a primeira linha no tratamento da Disfunção Erétil. Quando não funcionam, a segunda linha de tratamento são as medicações injetáveis, à base de papaverina, que são feitas pelo próprio paciente, através de injeções no pênis , alguns minutos antes das relações.
Quando essas medicações também falham, a terceira linha de tratamento são as próteses penianas, que podem ser maleáveis ou infláveis.
As próteses são inseridas no pênis cirurgicamente pelo urologista.
O acompanhamento psicológico desse paciente e o envolvimento da parceria no tratamento são fundamentais para o sucesso de todas essas opções terapêuticas.
Mudanças no estilo de vida, acompanhamento médico com o urologista desde a adolescência e sobretudo após os 40 anos, são fundamentais para uma boa saúde masculina geral e também uma boa saúde peniana, com ereções que propiciem uma vida sexual prazerosa.
Vale a pena lembrar, que o Viagra não funciona sozinho. Além de tomar a medicação, é preciso que haja estímulo adequado, seja ele um toque em zonas erógenas ou mesmo um estímulo visual erotizante. Nosso corpo é fonte de prazer e todo estimulável. Não foque apenas nos genitais. Descubra novas zonas de prazer.
Viagra não é um medicamento para melhora do desejo sexual e sim para melhora da ereção. A melhora do desejo pode ocorrer de forma indireta à medida que esse homem se sente mais confiante e preparado para um momento sexual.
Não tenha medo de pedir ajuda quando as falhas na ereção acontecerem. Soluções existem e devem ser buscadas. Uma vida sexual prazerosa é indicador de saúde. Viva com mais saúde e prazer!
Em viagem a Portugal em 2022, tive a honra de conhecer Mônica Seger, médica canadense, grande pesquisadora da Bayer na área de Disfunção Erétil, com várias publicações sobre a Vardenafila.
Para falar comigo, me envie mensagem no @drajoicelima
