Uma amiga te contou dos orgasmos incríveis que ela tem com o boy e você nunca experimentou isso. Até acha que chegou perto, mas tem dúvidas se já chegou lá! Essa pode ser a sua história e de muitas outras mulheres. Você pode ainda estar naquele grupo que finge orgasmo só para satisfazer o parceiro.
Durante séculos as mulheres não tinham direito ao prazer e questionava-se qual seria a função do orgasmo. Os filósofos e teólogos medievais acreditavam que durante o orgasmo, as mulheres liberavam uma semente que não contribuía para a fecundação, mas serviria para o bebê nascer mais bonito! Pasmem! Essa era a ideia que se tinha do orgasmo em tempos remotos.
Na era vitoriana, a mulher ideal era a mulher que não gostava de sexo. O sexo no seio familiar era apenas para reprodução e a mulher que esboçava sinais de prazer durante a relação sexual, era considerada indecente.
As bruxas da idade média, violentamente queimadas na fogueira, eram mulheres conscientes da sua sexualidade e do poder vital da energia sexual.
O prazer transforma a vida, mas só a partir da década de 40, com os estudos de Kinsey , com milhares de mulheres americanas foi possível descobrir que 50% das mulheres tiveram o primeiro orgasmo numa masturbação. O estímulo adequado e eficiente, no local certo é fundamental para o prazer e para o orgasmo. Autoconhecimento é essencial para ter orgasmo. Se eu me conheço, tenho condições de dizer à minha parceria o que gosto, onde gosto e como gosto.
O sexo apenas para reprodução está focado na penetração e 70-80% das mulheres só vão atingir o orgasmo se houver estímulo direto do clitóris. Portanto, a penetração pênis-vagina não é o meio mais eficaz para se ter um orgasmo.
Muitos mitos cercam esse assunto e um deles é a velha história de que orgasmos vaginais são melhores que orgasmos clitorianos. Orgasmo é sempre orgasmo, o que muda é o local a ser estimulado. O nosso corpo é orgástico e é possível ter orgasmos com estímulos de várias partes do corpo. Trabalhos científicos mostram orgasmos inclusive com estímulos de nervos do tornozelo. Olha só que delícia! E pra quem tem fetiche por pés, essa informação é um presente!
Outras regiões do corpo como seios, mamilos, bumbum, pescoço também podem desencadear orgasmos.
Estímulos mentais também podem causar orgasmos. Isso mesmo! Nem precisa de toque físico!!!
Fantasia, imaginação e permitir-se experimentar diferentes sensações pelo corpo. Leiam contos eróticos, se toquem, pensem em sexo, e parem de perseguir o orgasmo. O orgasmo é um ato reflexo, como um espirro. E quanto mais você persegue um orgasmo, mais longe estará dele.
Masters e Jonhson construíram um grande laboratório do sexo na década de 50 e foram os primeiros a visualizarem um orgasmo. Usaram um dispositivo de cristal dentro da vagina, acoplado a uma câmera e registraram as contrações musculares durante o orgasmo. Descobriram ainda o que chamaram de “fenômeno do Expectador”, ou seja, se você vigia o orgasmo, como um expectador que assiste a relação sexual ao invés de ser um participante ativo da mesma, você tem tudo pra não chegar ao orgasmo.
Fatores orgânicos como algumas doenças neurológicas, cardiovasculares e hormonais, o uso de algumas medicações, podem dificultar o orgasmo.
Mas, sem dúvida, os fatores psicológicos e os mitos e tabus que envolvem o orgasmo, são os principais responsáveis por muita gente não chegar lá.
Ao invés de procurar o ponto G, que aliás não existe, crie o seu “Mapa Sensorial”. Descubra seus próprios pontos. O chamado ponto G não é um ponto e sim uma região que envolve clitóris, uretra e a parede vaginal anterior, sendo uma área altamente sensível e excitável.
Para chegar lá e ter um orgasmo gostoso é preciso focar no prazer e nas sensações corporais.
E eu costumo dizer, ter um orgasmo é como saltar de pára-quedas. Você precisa sair do chão, precisa de estímulos, precisa percorrer o caminho prestando atenção e vivendo o momento. E quando chegar no ponto mais alto é preciso coragem de se jogar, sem medo de perder o controle. O orgasmo é um momento onde você precisa perder o controle para senti-lo. Pessoas controladoras têm dificuldade para ter um orgasmo.
O relatório Hite descortinou o mundo da insatisfação feminina com um sexo apenas por obrigação e iniciou essa busca pelo direito feminino ao prazer. Mas que o orgasmo não seja uma obrigação. Mais importante que um orgasmo é a satisfação com esse momento sexual e com o prazer que ele pode te proporcionar.
Portanto, tome um delicioso “banho sensorial “, se toque e crie seu próprio “Mapa do Prazer” e depois viva e se entregue a esse salto sem necessidade de estar no controle. Não se assuste se depois disso, você fizer parte dos 40% de mulheres capazes de experimentar orgasmos múltiplos, pois afinal o prazer é todo seu!
Foi bom pra você?