Falar de sexo sempre foi tabu, apesar da sexualidade fazer parte da vida de todos nós. Somos seres sexuais do dia em que nascemos até o dia em que morrermos.
O prazer é algo essencial à nossa existência! E não falo apenas do prazer sexual, mas também do prazer no trabalho, nas atividades do dia a dia, nos momentos em família e com os amigos e com a pessoa amada!
Viver com prazer é sinal de saúde e traz mais saúde ainda. Uma das primeiras coisas que o deprimido perde é justamente a capacidade de sentir e experimentar a vida com prazer.
A sexualidade é fonte de prazer e não se restringe apenas a uma relação sexual, mas como o próprio conceito de sexualidade da OMS (Organização Mundial de Saúde) nos traz - “Sexualidade é energia que nos motiva para encontrar amor, contato, ternura e intimidade; ela integra-se no modo como sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, é ser-se sensual e ao mesmo tempo ser-se sexual. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental”.
E hoje, a sexualidade é um dos quatro pilares para qualidade de vida, de acordo com a OMS, tamanha a sua importância.
A nova série do fantástico, Prazer Renata, aborda a sexualidade em um horário nobre, trazendo várias histórias de mulheres pelo Brasil e suas vivências e desafios relacionados ao prazer e bem estar sexual, como é o caso de Luana Lumertz e sua mãe , que atualmente são donas da Egalité, uma sexshop virtual que experimentou um enorme crescimento em seu faturamento durante a pandemia. Aliás, a indústria do prazer e bem estar sexual foi uma das áreas que mais cresceram durante a pandemia.
Zélia Peters, mãe de Luana, nunca havia falado de sexo com a filha, até o dia em que o seu terapeuta indicou um vibrador e ela criou coragem de comprar e usar. A descoberta do próprio corpo e do prazer que o mesmo podia lhe dar, fez com que ela se abrisse para falar do assunto com a filha. Hoje as duas são donas da Egalité e ajudam outras pessoas nesse autoconhecimento e descoberta do prazer.
Tive a oportunidade de falar com as duas que me contaram como foi estar no Fantástico, falando de prazer, com a jornalista Renata Ceribelli.
Para Zélia foi emocionante participar dessa série e poder contar a sua história: “Sou uma pessoa do interior, morava numa fazenda e nunca imaginei chegar onde cheguei e contar isso no Fantástico. Poder falar sobre como comprei meu primeiro vibrador e a ideia de abrir a Egalité, uma loja virtual de bem estar sexual, foi incrível.”
Para Luana foi relevante ver o Fantástico falando sobre prazer feminino, pelo viés do bem estar e da qualidade de vida: “ Foi surreal ver isso acontecendo numa TV aberta. Eu e minha mãe abrimos uma sexshop juntas, justamente para trazer mais informações de qualidade e trabalhar com produtos que trouxessem esse autoconhecimento para as pessoas. Esse ainda é um assunto tabu e pouco discutido entre pais e filhos.”
Zélia nos conta que comprou seu primeiro vibrador a partir de um tratamento que ela fez com o psiquiatra, que sempre questionava sobre sua vida sexual. Isso a incomodava muito. Era difícil falar sobre esse assunto com um homem que ela mal conhecia. Disse para o psiquiatra que já estava tão irritada com isso que ia comprar o tal vibrador pra não ter mais que falar com ele sobre isso.
A primeira pessoa para quem ela mostrou o vibrador, foi para a filha Luana. Na época, Zélia estava desempregada e tiveram a ideia de abrirem uma sexshop. Hoje a Egalité tem 12 anos de existência e é sucesso no mercado de bem estar sexual.
Luana termina nossa entrevista dizendo que a Egalité surgiu com essa missão de acolher as mulheres nesse momento de descoberta do próprio prazer sexual e para poder orientar, dar informações e até encaminhar para especialistas como terapeutas sexuais, sexólogos, fisioterapeutas pélvicos e outros profissionais que possam fazer um atendimento voltado para a sexualidade e tratar disfunções sexuais, melhorando a qualidade de vida e a saúde sexual dessas pessoas.
Que mais histórias como a de Luana e Zélia sejam compartilhadas nos diferentes veículos de comunicação e incentivem cada vez mais a busca de conhecimento sobre sexualidade tanto para essa conversa aberta entre pais e filhos, como para o autoconhecimento e busca da saúde e bem estar sexual.
Que a educação sexual seja levada a sério e sua falta não seja mais motivo para os meninos continuarem buscando aprender sobre sexo na pornografia, enquanto as meninas continuam sendo reprimidas e não recebendo informações adequadas para experimentarem o prazer de uma forma saudável.
O caminho para a intimidade e o prazer precisa ser construído desde cedo e informação é poder!
Prazer é coisa boa na vida, e o prazer é todo seu!
@drajoicelima