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Sexualidade e Menopausa, muito além dos hormônios

Com o aumento da expectativa de vida, as mulheres passarão quase metade da vida no pós menopausa

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É verdade que os hormônios movimentam o universo feminino desde o nascimento, com suas flutuações que nos deram o título de “mulher de fases” na música do Raimundos. A banda compara nossas fases com as da lua e ainda completa dizendo: “complicada e perfeitinha”.

E quando pensamos do ponto de vista hormonal, a vida da mulher é mesmo dividida em várias fases, além das flutuações mensais que ocorrem com o ciclo menstrual e levam a alterações físicas e emocionais.

Do nascimento até a puberdade, poucas mudanças ocorrem. Mas a chegada da puberdade, traz junto um boom dos hormônios, que serão responsáveis pelas grandes mudanças corporais experimentadas pela adolescente, como crescimento das mamas, aparecimento dos pelos e a primeira menstruação. O desejo pelo outro e pensamentos eróticos chegam com tudo nessa fase.

O principal hormônio feminino é o estrogênio e suas flutuações mensais, junto com a progesterona regulam a menstruação e os humores. Toda vez que o estrogênio diminui e a progesterona aumenta, os famosos sintomas de TPM (Tensão Pré Menstrual) podem aparecer.

A gestação é outra grande fase na vida das mulheres, com muitas mudanças. A progesterona é o hormônio que reina na gravidez e novamente o estrogênio estará diminuído, e essa grávida poderá apresentar alterações de humor, que vão desde uma labilidade emocional até quadros depressivos.

A menopausa marca o fim do período reprodutivo e a falência ovariana na produção hormonal. Esse processo ocorre de forma abrupta. Nos homens, a diminuição da produção hormonal pelos testículos ocorre de forma gradual , com perda de 1% de testosterona ao ano, a partir dos 40 anos.

Menopausa é apenas o nome dado à última menstruação e considerada 1 ano após a ocorrência desse último fluxo menstrual. A fase que antecede a menopausa e se segue um pouco além dela, é chamada de Climatério e pode variar em frequência e intensidade de sintomas de uma mulher para outra.

Os fogachos, ou as ditas “ondas de calor” são sem dúvida, os sintomas que mais incomodam as mulheres e impactam a qualidade de vida. Podem acordar essa mulher no meio da noite e levar a insônia. Por sua vez, noites mal dormidas vão deixar essa mulher cansada e indisposta para seus afazeres diários. E cansada também para a vida sexual. Nessa falência ovariana, a produção de testosterona também estará diminuída, levando à diminuição do desejo sexual. O estrogênio auxilia na manutenção de uma vagina saudável e lubrificada. Com a menopausa essa mulher terá uma vagina mais fina, uma menor lubrificação, diminuição da sensibilidade ao toque e desejo diminuído.

Será o fim da vida sexual? A resposta é não!

A sexualidade vai muito além dos hormônios. E todas essas alterações hormonais da menopausa são passíveis de tratamento. A terapia de reposição hormonal no climatério foi um marco na vida das mulheres. Repor os hormônios que faltam ou estão diminuídos é interessante para as mulheres que querem e podem usar hormônios. A reposição pode incluir o estrogênio, a progesterona e a testosterona, a depender de cada caso. Reposição hormonal não é receita de bolo, igual pra todo mundo. É preciso passar por uma avaliação médica, realizar exames e só então definir qual o melhor esquema hormonal, de forma individualizada.

Para aquelas que não podem ou não querem hormônios, tratamentos alternativos com uso de fitoterápicos, hidratantes vaginais, laser íntimo e outras medicações específicas para cada sintoma podem funcionar bem.

Estudos mais recentes comprovaram ainda a eficácia da Terapia Cognitivo Comportamental na diminuição e controle dos sintomas da menopausa. Em torno de 50% dos sintomas da menopausa podem ser diminuídos apenas com terapia. Isso nos mostra que os sintomas desse período, inclusive as queixas sexuais vão muito além dos hormônios.

As mulheres orientais apresentam menos sintomas que as ocidentais. Achava-se que isto era devido ao maior consumo de produtos derivados da soja, já que as isoflavonas encontradas na soja têm um importante papel na diminuição dos fogachos. Mas o principal fator para essa diferença entre orientais e ocidentais é a forma como elas vivenciam o envelhecimento. Enquanto na cultural oriental, o envelhecimento é visto como sinal de sabedoria e respeito, no Ocidente, os mais velhos são vistos como inúteis e um peso para a sociedade. A cobrança por um corpo bonito e que atenda a um padrão de beleza, inatingível para a maioria das mulheres, traz um estresse adicional, já que mudanças corporais são inevitáveis com o processo de envelhecimento. Novamente, vários recursos e procedimentos estéticos estão disponíveis no mercado, podendo suavizar as mudanças corporais trazidas pelo tempo. Aliado a isso, bons hábitos de alimentação e atividade física, fazem toda a diferença.

A forma como olhamos para esse processo de envelhecimento determina que, enquanto algumas mulheres estão se lamentando por terem chegado a essa fase, outras se reinventam e se permitem exalar toda a sensualidade e feminilidade que não tinham exalado antes.


		Sexualidade e Menopausa, muito além dos hormônios
Foto: Mary Lobo - Foto: Débora Paixão

Mulheres como Mary Lobo, que num ensaio sensual deixam vir à tona sua beleza e sensualidade e vêem na menopausa apenas mais uma fase que pode ser vivida com muito prazer. Mulheres que se adaptam às mudanças e se cuidam, buscando os recursos disponíveis.

Mulheres que como a escritora Isabel Dias, descobriram o potencial de prazer do próprio corpo após os 60 anos e superaram desafios inúmeros como por exemplo traições, se reinventando e permitindo viver de uma forma diferente. Vale a pena assistir no YouTube o documentário “Acende a Luz”, onde Isabel fala e vivencia uma sexualidade linda mesmo após a menopausa. Isabel é ainda autora do livro “32, um homem para cada ano que passei com você”, onde conta suas aventuras sexuais e afetivas após se separar do marido, que a traiu diversas vezes e com quem foi casada por 32 anos.


		Sexualidade e Menopausa, muito além dos hormônios
Fonte: Reprodução

Uma outra dica maravilhosa que quero deixar pra vocês é do filme “Boa sorte Léo Grande”, que conta a história de uma mulher na menopausa, viúva e que deseja experimentar uma sexualidade e prazer que nunca experimentou com o marido nos seus 31 anos de casada. A personagem contrata um garoto de programa e o desenrolar do filme é uma grande lição sobre sexualidade e sobre como as mulheres tiveram sua sexualidade reprimida durante séculos de história e podem se libertar.


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Fonte: Reprodução

Pare de acreditar que a menopausa é o fim!

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Envelhecer faz parte do processo! Então, envelheça bem! Isso é perfeitamente possível e muitas pessoas já entenderam como fazer isso e são provas vivas de que é possível envelhecer bem.

Aliás, se você não quer estar nesse grupo que vai envelhecer, o jeito é pegar carona no grupo que vai morrer cedo. Não tem outro jeito!

Eu, particularmente prefiro e quero estar no grupo que vai envelhecer.

Viver é uma deliciosa aventura! Viva com prazer, respeitando seus ciclos e curtindo cada fase, como quem curte cada estação da natureza, com seus desafios e sua beleza, pois afinal “O prazer é todo seu”.

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