Pesquisas e ações em 21 universidades federais serão afetadas pelo contingenciamento do orçamento da Educação, neste segundo semestre. As aulas poderão até ser suspensas em dez universidades. Duas ainda esse mês, seis em setembro e duas em outubro. Outras sete universidades não definiram a data e segundo elas, a situação está indefinida.
No final do ano passado, cinco universidades já tinham dívidas acumuladas e nove preveem acumular até o fim deste ano. Entre elas está a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que já estava com R$ 283 milhões de saldo devedor em 2018 e deve terminar o ano com R$ 307 milhões de saldo negativo.
Enfrentando os cortes na verba desde 2015, as instituições estão planejando neste segundo semestre restringir ainda mais suas ações. Atendimento médico à comunidade, em hospitais e clínicas de psicologia e nutrição, suspender bolsas de extensão, cortar cursos voltados à comunidade, como os preparatórios para o vestibular e Enem, são exemplos de algumas restrições. Além disso, até a capacitação de profissionais da educação básica, bandeira que está entre as prioridades do próprio Ministério da Educação (MEC).
Reitores das universidades se reuniram com o ministro da Educação
Neste ano, o MEC foi alvo de dois contingenciamentos, determinados pelo governo federal como forma de enfrentar a crise econômica. No mês de março R$ 5,8 bilhões foram bloqueados, já em abril, o bloqueio de 30% da verba das universidades, foi anunciado pelo MEC que, afirmou que poderia liberar o dinheiro se a economia fosse retomada ou a reforma da previdência fosse aprovada.
Em julho outro decreto bloqueou R$ 348,47 milhões. Esse corte, segundo o governo, foi aplicado sobre gastos não obrigatórios, como água, luz, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas. As despesas obrigatórias não foram afetadas, como o pagamento de salários e aposentadorias.
Reitores se reuniram com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, nesta semana, pedindo a liberação dos recursos. De acordo com eles o ministro sinalizou a possibilidade de que o bloqueio comece a ser revertido a partir de setembro, mas a data não foi estipulada, segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Com informações do G1