Dados divulgados, na última semana, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constataram que há menos desempregados no trimestre encerrado em julho do que havia no trimestre anterior e no mesmo trimestre do ano passado, o que não significa propriamente aumento de emprego. Na avaliação da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), apesar do menor número de pessoas em situação de desemprego, a queda é reflexo do aumento da informalidade e do número de trabalhadores por conta própria, e não de um incremento nas contratações.
Segundo a assessora econômica da Fieg, Januária Guedes, o atual momento pouco favorece a retomada do crescimento, uma vez que os hábitos de consumo seguem em marcha lenta. "O aumento do PIB no 2º trimestre poderia sinalizar o início de uma retomada mais consistente da economia. Porém, mantendo-se o lento desempenho no mercado de trabalho, estaremos cada vez mais próximos da estagnação", observa.
Os números atualizados do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados na quinta-feira (29/08), indicam que o crescimento de 0,4% no 2º trimestre de 2019 foi resultado da alta na indústria (+0,7%) e em serviços (+0,3%). Por outro lado, a agropecuária apresentou variação negativa (-0,4%), na comparação com o trimestre imediatamente anterior, na série com ajustes sazonais.
Dentro da atividade industrial, o melhor resultado veio da indústria da transformação, com aumento de 2%, e da construção, de 1,9%. Em trajetória oposta, a indústria extrativa revelou a pior queda, de -3,8%.
Para a economista da Fieg, os dados da produção nesse segundo semestre mostrarão se a tendência é de retomada ou se ainda é cedo para comemoração. "Por enquanto, os dados iniciais do terceiro trimestre são fracos. A economia mundial segue conturbada e, internamente, o governo segue instável e rodeado de tensão", avalia Januária Guedes.