Após um ano e com as investigações concluídas 16 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pelo caso do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho no ano passado. A Vale S.A e a Tüv Süd Bureau de Projetos e Consultoria Ltda também foram denunciadas, a segunda por emitir laudos falsos para o funcionamento da barragem.
Os envolvidos foram denunciados por homicídio qualificado e crimes ambientais. O desastre de Brumadinho terminou com a morte de 270 pessoas e com um rastro de destruição enorme.
A denúncia foi baseada nas investigações feitas em conjunto entre o MPMG e a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Durante o processo foram ouvidas 183 pessoas, cumpridos 23 mandados de busca e apreensão e analisados 94 dispositivos eletrônicos, com seis milhões de arquivos.
De acordo com o órgão foi demostrando a cumplicidade entre as empresas envolvidas, para burlar o sistema e esconder a real situação envolvendo a segurança para o funcionamento da barragem. O MPMG afirmou que a Tüv Süv operava junto a Vale para manter uma falsa imagem de segurança da empresa de mineração, e buscava evitar os impactos de qualquer problema, para alcançar a liderança mundial no valor de mercado.
Através dos documentos os investigadores foram capazes de descobrir que desde 2017 a Barragem da Mina Córrego do Feijão apresentava situação crítica. No ano seguinte outras anomalias foram encontradas, o que aprofundou a situação de emergência na barragem. Entre as principais falhas estão a de estabilidade com valores inaceitáveis de segurança para erosão interna e liquefação, ambas ligadas aos problemas de drenagem interna da barragem.
De acordo com o MPMG a Vale tinha conhecimento amplo da situação de segurança das suas barreiras. No entanto ocultou as informações do Poder Público e da sociedade. Os promotores descreveram a prática de gestão da empresa foram inaceitáveis, pelo amplo conhecimento do risco e da questão de segurança para o funcionamento de suas barragens.
*Com informações do MPMG e do Hora9.news