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Além de o sistema de saúde que já está em colapso, a cidade de Manaus capital do Amazonas vive colapso também no sistema funerário, pois no último domingo (26/4) foram feitos 140 sepultamentos e duas cremações só em Manaus, conforme divulgou a prefeitura. No início da semana, o número chegou a 136 e foi superado no final de semana, em um dos casos, a falta de coveiros fez com que familiares tivessem que cavar a cova para o ente querido.
A médica de enterros na cidade passou a ser de 100 por dia na última semana, antes a média era de 30 sepultamentos por dia, segundo o Sindicato das Empresas Funerárias do Estado (Sefeam).
O aumento do número de sepultamentos na capital amazonense fez com que a prefeitura firmasse uma parceria com um crematório local, no útilmo fim de semana foram feitas ao menos duas cremações no local. Conforme a matéria publicada pelo portal de notícias G1 empresas privadas informaram que só tem estoque de urnas para os próximos 10 dias caso a quantidade de enterros continue nesse patamar.
Coronavírus no Amazonas
Os dados mostram que o estado que mais sofre com a pandemia do novo coronavírus é o Amazonas, com o sistema de saúde praticamente lotado. Os números mostram que o Amazonas tem 3,8 mil casos de coronavírus confirmados e o número de mortes passa dos 300.
Segundo os dados divulgados pela Prefeitura de Manaus, a maioria dos mortos estão pacientes com Covid-19, vítimas de síndromes respiratórias e outras causas.
Dos 142 mortos no último domingo: 10 foram vítimas da covid-19; 47 por síndrome ou insuficiência respiratória; 28 com causa indeterminada e 57 não tiveram as causas do óbito registrados.
A maior parte dos enterros vem sendo feita no cemitério Nossa Senhora Aparecida, Zona Oeste da capital, e que recebeu os contêineres frigoríficos para armazenar os corpos dos mortos. O local também foi onde a Prefeitura abriu valas para conseguir suprir o alto número de enterros na cidade.
Família foi obrigada a encontrar o corpo do pai e enterrá-lo por falta de coveiro em Manaus
Além do caos na saúde na capital amazonense, o momento mostra a falta de estrutura e de mão de obra para lhe dar com a demanda. No domingo (26) uma família foi obrigada a cavar a cova do próprio pai para poder enterrá-lo, devido a falta de coveiros.
Um dos filhos identificado pelo nome de Máximo afirmou que antes de cavar a cova para enterrar o pai, precisou revirar as câmara frigoríficas colocadas no local para encontrar o corpo do pai, pois conforme ele há muitos corpos em cima um do outro e sem nenhum tipo de identificação.
Em nota a Prefeitura de Manaus afirmou que este caso foi um fato isolado e que vai investigar o ocorrido, para tomar as medidas necessárias sobre o fato.
Além do caso narrado acima, a denúncia de outra família, mostra que corpos foram colocados foram do necrotério e a céu aberto em uma unidade de saúde e só foram retirados da rua, após a reclamação de parentes.
