O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (6), o módulo Rendimento de Todas as Fontes – que acompanha as flutuações e a evolução a curto, médio e longo prazo da força de trabalho no país de forma contínua. A pesquisa revela que as mulheres tiveram rendimento médio mensal menor em relação ao rendimento dos homens em 2019, demonstrando a permanência da desigualdade histórica entre os gêneros.
A diferença salarial das mulheres é 28,7% inferior ao rendimento dos homens que receberam cerca de R$ 2.555, - valor acima da média nacional que é de R$ 2.308 para todos os trabalhos - enquanto as mulheres ganharam R$ 1.985, valor abaixo da média estimada no país pelo IBGE.
Desde a década de 40, com a Consolidação das Leis Trabalhistas o cenário do mercado de trabalho mudou para as mulheres que antes só podiam trabalhar fora com a autorização dos maridos. Apesar dos avanços e das mulheres serem mais da metade da população em idade de trabalhar (52,4%), os homens ainda representam a maior parcela que efetivamente trabalha.
Segundo os dados do IBGE em todas as grandes regiões a participação masculina na população ocupada foi superior à feminina, sendo o Norte a região que teve a menor estimativa de mulheres trabalhando com 38,7%. Uma parte das mulheres não pode trabalhar porque não contam com creches para deixar seus filhos de acordo com levantamento.
Desigualdade de cor
Outra variação que ocorre é referente à cor da pele. Em 2019 os brancos eram 44,8% da população ocupada, pardos 43,7% e os pretos 10,4%. De acordo com a pesquisa a participação dos brancos caiu 4,1 pontos percentuais desde 2012 e a ocupação de pretos e pardos subiu respectivamente 2,3 e 1,5 pontos percentuais, mas ainda representam a menor parcela efetivamente trabalhando.
A analista da pesquisa, Alessandra Scalioni Brito, explica a diferença entre os rendimentos, “o salário das pessoas brancas (R$ 2.999) foi maior do que o pago aos pardos (R$ 1.719) e pretos (R$ 1.673)”. Segundo a analista os brancos receberam 29,9% a mais que a média nacional (R$ 2.308), e os pardos e pretos receberam 25,5% e 27,5%, a menos que a média.
Cenário goiano
O Centro-Oeste registrou uma das maiores participações femininas em ocupação no ano de 2019, com 43,3%. No ano passado 1,4 milhão de mulheres ocupavam o mercado de trabalho em Goiás, 3,4% a mais que no ano de 2018. Enquanto os homens cresceram 0,6% em relação a 2018, o que totaliza 1,9 milhão de pessoas do gênero masculino trabalhando no Estado.
O rendimento médio mensal real de todos os trabalhos foi de R$ 2.057 para Goiás em 2019. As estimativas foram de R$ 2.298 para os homens e de R$ 1.738 para as mulheres o que indica que a proporção do rendimento das mulheres é R$ 560 de diferença em relação ao rendimento dos homens.
Quanto à cor, a população branca representava 35,7% da população ocupante do mercado de trabalho goiano no ano passado enquanto a parda representava 53,6% e a preta 9,7%. Diferente das estimativas do IBGE a nível nacional, em Goiás a participação dos ocupados de cor preta caiu 0,5 ponto percentual.
O rendimento médio mensal dos trabalhos de pessoas autodeclaradas brancas foi de R$ 2.400, o maior. As pessoas pardas tiveram rendimento de R$ 1.888 e pretas de R$ 1.719, o mais baixo na comparação por cor ou raça, mesmo apresentando crescimento em relação a 2018.