O jornalista William Bonner fez um longo desabafo no Twitter, nesta quinta-feira (21), para denunciar que o filho, Vinícius Bonemer, foi vítima de fraude do programa de auxílio emergencial do governo em plena pandemia do coronavírus. "Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público", justificou o jornalista.
De acordo com o âncora do do Jornal Nacional, da Rede Globo, ele foi procurado pelo jornal Meia Hora para repercutir o uso de dados do filho em um pedido de auxílio, quando se notou a fraude. O apresentador afirma que o jornal resolveu não publicar a matéria, mas alertou para os repetidos ataques a seus filhos, que já passaram por outros golpes.
"Na terça, dia 19, fui informado de que o jornal Meia Hora tinha obtido documentos do suposto registro de meu filho no programa de auxílio emergencial do governo. Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente", postou Bonner. "Apresentados os fatos, o jornal corretamente não publicou a matéria.".
Teoricamente, Vinícius não se encaixa no grupo de pessoas que poderia ser beneficiado pelo auxílio, mas, de acordo com o jornalista, o CPF do jovem foi aprovado. “Desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um ‘não’. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado”, declarou.
William Bonner afirmou que o caso já foi denunciado e registrado na polícia. “Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência. A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático”, explicou.
Bonner ainda questionou o sistema antifraudes do programa governamental. “Leio no Globo que a Dataprev não verificou na Receita se os CPFs, embora pertencentes a pessoas sem renda própria, eram de dependentes de cidadãos com renda (como filhos, filhas, parceiros, parceiras). Quantos entre esses foram vítimas de fraudadores, como aconteceu com meu filho? Quantos entre esses realmente fraudaram o programa? Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar”, garantiu.
“Não se zelou pela aplicação do dinheiro público? Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas?”, indagou-se ainda.
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