Blogueiros e ativistas que têm canais de apoio ao presidente Jair Bolsonaro apagaram mais de 3 mil vídeos do Youtube desde o início de maio com medo da investigação sobre fake news conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A análise foi divulgada pelo colunista Chico Alves, do portal UOL.
O monitoramento foi feito pela empresa Novelo, de análise de dados. Segundo levantamento, no segundo semestre de 2019 a média de vídeos retirados pelos administradores dos 81 canais acompanhados foi de apenas 391 programas, número bem abaixo do registrado nas últimas semanas. Em maio foram suprimidos 1.112 vídeos e em junho 2.015 peças.
“Não se pode dizer com certeza que os vídeos foram retirados por causa do inquérito do STF, mas sim que há coincidência de datas”, explica Guilherme Felitti, que coordenou o monitoramento.
Em abril e maio, os pesquisadores encontraram 1.874 menções com críticas duras ao Supremo Tribunal (STF) Federal e ao Congresso em canais de vídeo de apoio ao governo Bolsonaro.
O levantamento mostra que o canal Terça Livre, de Allan dos Santos, um dos alvos do inquérito do STF, deletou 272 vídeos a partir de junho. Somente no domingo (21), o canal Gigante Patriota escondeu mais de 1.300 vídeos da plataforma. O canal ressurgiu com novo nome.
Investigação
Em 27 de maio, a Polícia Federal cumpriu 29 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Estão entre os alvos: O blogueiro Allan dos Santos, a extremista de direita Sara Winter, o empresário Luciano Hang, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP). O inquérito investiga a divulgação de informações falsas sobre o STF e ameaças a ministros e a parentes deles.