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Grupo é indiciado após intoxicação de dietilenoglicol em cervejas

Onze pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil (PC) de Minas Gerais após intoxicação por dietilenoglicol em cervejas da Backer. Segundo o delegado Flávio Grossi, a PC comprovou, quimicamente e física, a existência de um vazamento no tanque de cerveja.

Estão no grupo dos indiciados:

  • Chefe da manutenção e seis pessoas do grupo gestor (responderão por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício culposa)
  • Três pessoas do grupo societário (responderão por não dar publicidade a produto que causa risco e por manter em depósito e colocar à venda esse produto)
  • Testemunha que mentiu em seu depoimento (responderá por falso testemunho e obstrução)

O delegado explicou que esta investigação aconteceu de forma centrada e multifacetada com a participação de químicos, engenheiro e peritos para entender como é feita a cerveja. Segundo ele, os técnicos da cervejaria não atuaram com dolo. "Foi um fato acidental, sem sombra de dúvida, mas passível de punição. Negligência e imperícia, duas modalidades da culpa", relatou.

Segundo a Polícia Civil, o inquérito foi concluído com 29 vítimas criminais. Sete delas morreram e 22 sobreviveram. Além disso, outros 30 casos ainda serão analisados. Segundo o superintendente da Polícia Técnico-Científica, Thales Bittencourt, cinco necropsias diretas foram realizadas nas vítimas fatais.

Ele afirmou que foram constatadas em todas elas, alterações macro e microscópicas compatíveis com contaminação por dietilenoglicol. Como em todas as vítimas, a presença do tóxico dietilenoglicol. De acordo com os delegados, os laudos de todas as perícias foram entregues à Justiça, e inevitavelmente o Ministério Público vai analisar as medidas que julgar admissíveis.

Cervejaria Backer

Em janeiro, as investigações coordenados pela 4ª Delegacia de Polícia Civil Barreiro sobre o caso Backer iniciaram. Com a abertura do inquérito, ao todo foram ouvidas mais de 70 pessoas, sendo vítimas sobreviventes, testemunhas e suspeitos.

Durante cinco meses de investigações, as vítimas lutaram por recuperação e cobrança de direitos pelas famílias dos intoxicados pelo dietilenoglicol. Dos 22 sobreviventes, somente um deles recebeu auxílio da cervejaria para o tratamento de saúde.

Os sintomas desenvolvidos pelos pacientes contaminados pela substância foram náusea, vômito e dor abdominal, que desenvolviam para insuficiência renal e alterações neurológicas.

Dietilenoglicol

O dietilenoglicol (DEG) é uma substância anticongelante e de uso comum na indústria. Apresenta ser de cor clara, viscosa, não tem cheiro e tem um gosto adocicado. A fórmula química é C4H10O3.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a substância é um solvente orgânico altamente tóxico que causa insuficiência renal e hepática que pode levar a morte quando ingerido.

A intoxicação pela substância acontece quando é usada inapropriadamente em preparações químicas, assumindo outros produtos não tóxicos para o ser humano. Desde 1937, foram registradas, em diferentes países, dezenas de casos de intoxicação.

*Com informações do G1

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