Um grupo de deputados e assessores entrou sem autorização no hospital de campanha do Anhembi, em São Paulo, que atende vítimas da covid-19, filmando pacientes e profissionais, na tarde da última quinta-feira (4). Eles filmaram e publicaram em suas redes sociais a ação.
O grupo de deputados estaduais Coronel Telhada (PP), Letícia Aguiar (PSL), Marcio Nakashima (PDT), Adriana Borgo (PROS) e Sargento Neri (Avante), estiveram no local. Foi afirmado, em nota, que eles tinham autorização do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), que administra o hospital, para entrar. Além disso, declaram que o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, sabia da entrada.
Portanto, o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, a gestão de Bruno Covas (PSDB) informou que vai registrar uma queixa-crime contra o grupo de políticos. A prefeitura afirmou que eles teriam invadido de maneira desrespeitosa, colocando em risco a saúde de todos no local, já que não estariam usando equipamentos de proteção. Além disso, agredindo pacientes e funcionários verbal e moralmente.
Fiscalização do orçamento público
Segundo o deputado Coronel Telhada, "as acusações são infundadas" e afirmou que as imagens falam por si. Ele informou que o grupo acompanha a execução do orçamento destinado ao combate à pandemia, por isso foram até o hospital. Além disso, explicou que já esteve em outros hospitais do estado e que o grupo de parlamentares irá efetivar o Ministério Público sobre o Anhembi.
No vídeo que foi publicado em rede social o deputado relata que não há colchões nas camas e alas vazias que o dinheiro público mantém. "As imagens já mostram. Infelizmente, tudo vazio", declara o parlamentar.
Em um momento do vídeo, a deputada Adriana Borgo afirma "Quantos milhões estão sendo gastos aqui do seu dinheiro, gente?", enquanto filma uma ala vazia da unidade. "Vou até tirar a máscara porque não tem ninguém doente aqui, tudo mentira.", denuncia.
A Prefeitura divulgou um boletim informando que há 804 pacientes sendo atendidos pelo Hospital de Campanha do Anhembi e mais 55 esperam transferência para o local, que tem capacidade de receber 1.800 pacientes.
A gestão de Covas se defendeu, afirmando que a Prefeitura mantém transparência pública. "Vários veículos de imprensa nacional e de outros países já visitaram as instalações, respeitaram as regras sanitárias para garantir a própria saúde, dos pacientes e dos profissionais, bem como parlamentares que respeitaram as regras vigentes também já foram atendidos", explicou.
Invasão de privacidade no hospital
O secretário da Saúde, afirmou que sugeriu aos assessores e parlamentares que marcassem formalmente uma visita. "Entraram gritando em áreas de pacientes, alguns deles estavam dormindo", relatou Edson Aparecido.
Funcionários encaminharam um vídeo reclamando que a visita foi uma "invasão de privacidade muito grande", que desrespeitou pacientes e profissionais do local. Já o deputado nega que tenham ofendido ou exposto funcionários ou hospitalizados.
Segundo o secretário, as alas vazias que foram mostradas nos vídeos estão daquela forma porque são setores acionados conforme a demanda. "A gente tem a estrutura preparada e, na medida que os pacientes chegam, vamos atendendo."
*Com informações do UOL