Em entrevista à socialite Val Marchiori nesta quinta-feira (2), Bia Doria, mulher do governador de São Paulo João Doria (PSDB), disse que não se deve doar marmitas para moradores de rua porque "as pessoas gostam de ficar na rua" e elas "têm que se conscientizar e sair dessa situação".
"Algo muito importante é assim: As pessoas que estão na rua… Não é correto você chegar lá na rua e dar marmita, porque a pessoa tem que se conscientizar de que ela tem sair da rua. A rua hoje é um atrativo, a pessoa gosta de ficar na rua", disse.
"Você estava me explicando e eu fiquei passada. Eles [moradores de rua] não querem sair da rua porque no abrigo eles têm horário para entrar, eles têm responsabilidades, limpeza e eles não querem", rebateu Val, que nesta semana foi condenada a pagar R$ 30 mil a Ludmilla por comentário racista.
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A presidente do Fundo Social de São Paulo ainda opina: "A pessoa quer comida, quer roupa, quer uma ajuda, mas não quer ter responsabilidade. Isso está muito errado".
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação do governo estadual esclarece que a fala de Bia "foi tirada do contexto" e diz que a intenção dela "é que as pessoas em situação de rua tenham acesso aos abrigos públicos, onde terão alimentação de qualidade dentro das normas de higiene da Vigilância Sanitária, e uma condição de vida mais digna. Ou mesmo nos Restaurantes Bom Prato, que recentemente decretaram gratuidade aos moradores de rua."
Por fim, ela acrescenta que desenvolve "uma série de ações em benefício dos mais necessitados" à frente do Fundo Social, "participando ativamente na execução das ações em campo, como a campanha Inverno Solidário, que já distribuiu milhares de cobertores, e a distribuição de cestas básicas em comunidades carentes."