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Pantanal: PF tem provas para indiciar fazendeiros de MS por queimadas

A Polícia Federal (PF) já possui um conjunto de informações que considera suficientes para indiciar pelo menos quatro fazendeiros pelo início das queimadas na região da Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

A suspeita da participação de fazendeiros veio à tona no dia 14 de setembro, quando a PF desencadeou a chamada Operação Matáá ("fogo" na língua dos índios guató que vivem na região, segundo a polícia). 

O Ministério Público Federal (MPF) analisará a questão, e pode ou não denunciar os investigados à Justiça Federal.

As imagens de satélite da Nasa e do Inpe, os peritos da PF encontraram vestígios que indicariam a ação humana nas queimadas nas propriedades rurais.

A PF também colheu na região depoimentos de trabalhadores das fazendas e de moradores que, segundo investigadores, dificultam a defesa dos fazendeiros.

Peritos

De acordo com a análise dos peritos, os focos de incêndio tiveram início no dia 30 de junho em quatro propriedades localizadas na região oeste do rio Paraguai.

Para a PF e o MPF, esse fato indica que a prática de colocar fogo na vegetação para o plantio de pastagens pode ter sido uma ação combinada entre os fazendeiros.

Fazendeiros negam ter ordenado incêndios

Nos depoimentos que prestaram à PF, os fazendeiros negaram ter mandado colocar fogo nas fazendas.

"Vamos provar com as imagens de satélite da própria polícia que o fogo não começou na fazenda do meu cliente. Mas infelizmente não tive ainda acesso ao inquérito", afirmou o advogado Newley Amarilha, que defende o fazendeiro Ivanildo da Cunha Miranda, proprietário da fazenda Bonsucesso, uma das quatro propriedades em que as queimadas ocorreram.

Os proprietários devem ser indiciados por danos às áreas de preservação permanente e unidades de conservação, incêndio e poluição. As penas previstas na legislação, somadas, podem chegar a 15 anos de reclusão.

Fogo ainda se espalha pelo Pantanal

Três meses depois, as queimadas na região continuam a provocar prejuízos. Na quarta-feira (23), o fogo chegou ao Parque Nacional do Pantanal e ao corredor que liga a Serra do Amolar ao Parque Encontro das Águas, no Mato Grosso, considerado o maior refúgio de onças pintadas do mundo.

*Com informações da UOL

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