O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques Medeiros, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), a abertura de inquérito para apurar se o ministro da Educação, Milton Ribeiro, cometeu crime de homofobia.
Em entrevista feita ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Educação relacionou a homossexualidade a "famílias desajustadas’’. O pedido foi feito na última sexta-feira (25). No documento, assinado pelo vice-procurador-geral, Medeiros afirma que Milton Ribeiro "proferiu manifestações depreciativas a pessoas com orientação sexual homoafetiva’’.
Ele cita dois trechos da entrevista com afirmações consideradas "ofensivas’’. Em uma delas, Milton Ribeiro declara "Quando o menino tiver 17, 18 anos, ele vai ter condição de optar. E não é normal. A biologia diz que não é normal a questão do gênero. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, não concordo’’.
Milton Ribeiro teria cometido o crime de homofobia ao dizer que as famílias que andam pelo homossexualismo são desajustadas
Em outro trecho, Milton Ribeiro ainda diz que, "acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12,13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato e caminhar por ai. São questões de valores e princípios. ‘’
De acordo com a PGR, em tese, a afirmação pode caracterizar uma infração penal ou estimular a descriminação e o preconceito. O vice-procurador da república, solicitou também a autorização para que o ministro preste depoimento à Policia Federal (PF).
Na noite do último sábado (26), o ministro da Educação disse que sua fala foi "interpretada de modo descontextualizado’’. Ele ainda afirmou que não pretendeu discriminar ou incentivar qualquer forma de discriminação relacionado ao homossexualismo.