Uma reunião virtual está marcada para esta terça-feira (20), às 15h, onde o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello e governadores debaterão a criação de um cronograma de imunização contra a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
O intuito dos chefes dos executivos estaduais é a compra da vacina chinesa, desenvolvida em parceria como Instituto Butantan, com a intenção que seja distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, o governo federal ainda não definiu se apoiará ou não o projeto.
Para o governador da Paraíba, João Azevêdo ( Cidadania), destacou que o governo federal deve assumir o papel de comando na distribuição das doses do imunizante.
"Vacina não deve ter partido, e o que interessa não é o país de onde ela vem, e sim a eficácia dela. Esperamos que essa discussão seja menos política e mais saúde, para evitar o que aconteceu no início da pandemia.
Com o mesmo propósito, o chefe do Executivo da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que é necessário criar um planejamento para a imunização da população, isso por que não haverá vacinas disponíveis em larga escala inicialmente.
"Não teremos vacina na escala e no volume mundial para acionar toda a população em 2021. As previsões mais otimistas indicam que em 2021 vacinaríamos apenas uma parte em torno de 20% da população brasileira. Isso por causa da quantidade que será produzida e quantas vacinas serão validadas" [no país], justificou durante inauguração de uma obra em Salvador.
Rui Costa ainda destacou que o Ministério da Saúde deve realizar uma pesquisa epidemiológica para demonstrar o número real de contaminados.
"Quantos por cento contraiu. O Brasil tem divulgado 5 milhões de infectados, mas eu tenho dúvida que esse número seja maior. Falta no Brasil uma pesquisa. Isso mostraria um quadro mais claro", pontuou.
Os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e do Amazonas, Wilson Lima (PSC), também participarão da reunião virtual.
Impasse com Dória
Pazuello tem uma reunião marcada com o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), nesta quarta-feira (21). Porém, a reunião pode ser desmarcada. Ambos tratariam sobre uma possível compra de 100 milhões de doses da vacina chinesa.
Segundo o site Metrópoles, o entendimento é que com a reunião geral do ministro e outros governadores, a conversa exclusiva com Dória ficaria desnecessária e não se justificaria. Dória é um adversário político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A assessoria de imprensa do governador informou que ele só irá se manifestar após a reunião. "Caso tenhamos alguma novidade, divulgaremos após o encontro".