Nessa quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado e morto por dois homens brancos em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Amigos relembram de como João Beto era uma pessoa parceira e integra.
"Ele era esperto, brincalhão, amigo para toda a hora", diz André Gomes - amigo de infância de João.
"Peguei meu celular agora de manhã e levei um choque. Éramos amigos desde a infância, nos criamos na mesma casa de religião, no batuque, na umbanda. Ele era tamboreiro. Estou fazendo 39 anos hoje, esse é meu presente", conta.
João Beto, como era conhecido pelos amigos, vivia numa comunidade na Vila Farrapos, na Zona Norte da Capital. Ele foi agredido e morreu dentro de uma unidade do supermercado Carrefour.
"Um cara de boa", define o amigo Paulão Paquetá, presidente da Associação de Moradores do Bairro Obirici. Os dois moravam a cerca de 200 metros de distância e se conheciam há mais de 10 anos.
"Um cara legal, estava sempre junto de nós. Gostava de sinuca e futebol. Torcia para o São José. Todo fim de semana fazia churrasco pro pessoal do bairro. Era de boa", completa.
De acordo com o amigo, João Alberto trabalhava como soldador, na empresa do pai, e tinha esposa e uma enteada. "Ele era da torcida do São José. Sempre que tinha jogo, ele estava no jogo logo cedo", diz.
Integrantes da torcida organizada do São Jose publicaram uma mensagem em homenagem a João Alberto. Veja o post:
"Na noite de hoje, Beto foi brutalmente espancado e assassinado por 2 seguranças do Carrefour Passo D'areia, há relatos que os seguranças bateram a cabeça dele no chão por diversas vezes e Beto clamava por socorro e pedia para respirar pois estavam trancando a respiração dele com os joelhos nas costas, bem na parte dos pulmões, infelizmente não resistiu a parada respiratória e acabou falecendo".