A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), afirma que o miliciano Adriano da Nóbrega, morto em uma operação na Bahia em fevereiro deste ano, fazia parte do esquema da rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio.
Conforme a denúncia, tudo começou em 2007, quando Flávio Bolsonaro contratou Fabrício Queiroz para o cargo de assessor parlamentar, que a partir disso foi apontado como o operador do esquema. Ainda segundo o MP, no mesmo ano Flávio também contratou Danielle Mendonça da Costa, esposa do ex-PM Adriano da Nóbrega, que é acusado de comandar um grupo de extermínio e de ter ligação com a milícia no Rio.
Em 2015, o senador também contratou a mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães, como assessora parlamentar. A denúncia aponta que ambas atuavam como funcionarias fantasmas no gabinete, ou seja, recebiam mas não apreciam para trabalhar.
As investigações ainda mostram que na época Raimunda era proprietária de pizzarias modestas, mas que eram usadas para fazer a lavagem do dinheiro desviado do gabinete de Flávio. Ainda foi apontado que o dinheiro lavado entrava nas contas de Fabrício Queiroz através de depósitos ou transferências bancárias.
Até momento, o MP averiguou que Adriano da Nóbrega transferiu outros R$ 400 mil Queiroz, a transação foi feita pela mãe e a esposa do ex-PM. Mas, segundo as investigações, o valor total desviado pelo esquema liderado por Flávio pode chegar a mais de R$1 milhão entre os anos de 2007 a 2018, tendo em vista a atuação da mãe e da esposa do miliciano.
Diante disso, o Ministério Público considera que o ex-PM Adriano da Nóbrega também fazia parte do núcleo executivo da organização criminosa, apesar dele nunca ter atuado em nenhum cargo na Assembleia Legislativa. Além disso segundo a denúncia, o fato de Adriano ser próximo a Fabrício Queiroz e a Flávio Bolsonaro influenciou da mãe e da mulher do miliciano.
Por nota, a defesa de Flávio Bolsonaro afirmou que o senador não cometeu nenhuma irregularidade, que ele desconhece supostas operações financeiras entre ex-servidores da Alerj, e que os fatos serão esclarecidos no tempo e no foro adequados.
Já a defesa de Fabrício Queiroz disse que as imputações não correspondem à verdade, e que isso vai ser demonstrado na defesa judicial.
*Com informações do G1.