O Palácio do Planalto montou uma ofensiva de comunicação para reagir à pressão pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Depois que pesquisas indicaram queda de popularidade do presidente associada à forma como ele tem enfrentado à pandemia do coronavírus, o governo colocou uma campanha publicitária dizendo que, com a união de todas as forças, as vacinas aprovadas pela Anvisa já estão sendo distribuídas em todo Brasil.
Por mais que auxiliares de Bolsonaro sustentem que não há apoio popular e nem político para a abertura de um processo de impeachment, aliados do governo avaliam que o presidente paga o preço de suas idas e vindas sobre a vacinação e que é preciso mostrar todas as medidas tomadas para o combate à pandemia.
A nova campanha publicitária do governo para TV, rádio, meios digitais e impressos, destoa da versão anterior, em que a vacina era sugerida para quem quisesse "exercer o direito" de vacinar se tivesse "indicação".
Pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira (22) mostrou queda na aprovação de Bolsonaro, já registrada nas redes sociais. O presidente foi avaliado como ruim ou péssimo por 40% dos entrevistados. Em dezembro, esse grupo representava 32%. O índice de ótimo ou bom caiu de 36% para 31%.
" Sem o povo nas ruas e sem apoio parlamentar não se faz impeachment", disse Marco Feliciano (Republicanos - SP), vice-líder do governo e integrante da bancada evangélica. "Para derrubar Dilma tivemos que botar um milhão de pessoas na Avenida Paulista. Não vi ainda 5 mil pessoas em um protesto contra o governo. E o resultado disso é o baixo apoio parlamentar a essa aventura".
Após organizarem panelaços, movimentos de esquerda e direta, além de representantes da sociedade civil, convocaram para hoje e amanhã (24), atos em ao menos 19 capitais, e no Distrito Federal, para pedir o impeachment de Bolsonaro.
Os pedidos de impeachment contra o presidente se multiplicaram desde o início da pandemia. Na próxima terça-feira, partidos de oposição, como PT, PDT, PSB, Rede e PCdoB também vão protocolar uma ação que pede a saída de Bolsonaro, sob argumento de que ele não agiu para conter a tragédia no Amazonas e no Pará, onde pacientes morreram em hospitais por falta de oxigênio.