A tendência de muitas mulheres modernas tem sido conciliar um grande número de atividades, em áreas de seu interesse comum ao longo do dia. Não é uma tarefa fácil equilibrar tantos afazeres, tanto profissional e familiar ao mesmo tempo. A mulher que faz isso, sabe o que é um bom "jogo de cintura", pois as demandas exigem.
Cada mulher é "única", e as soluções para as suas vidas também são. Não é uma receita de bolo que dá para se seguir passo a passo. Mas a mulher sabe como fazer. As demandas do dia a dia, como: cuidar da casa, do marido, do filho, do trabalho e até de si mesma, na maioria das vezes se torna um prazer. As vezes em outros casos uma obrigação. Mas sempre algo a ser feito.
A luta das mulheres por reconhecimento e um lugar de prestígio por suas conquistas, é algo ainda inferior ao homem. Em comparação aos seus cargos e salários, as mulheres ganham menos, e entre a divisão das responsabilidades, mesmo no lar, não é equilibrada. Além de todos esses sistemas, a mulher vê seus comportamentos medidos por padrões de beleza, por estereótipos de ser a mãe/esposa perfeita, e a profissional ideal.
O DM, entrevistou Sara Lorena, de 20 anos. Estudante de técnico em enfermagem, que atualmente trabalha como balconista, em Aragoiânia. Em entrevista ela nos relatou como se sente hoje, trabalhando, cuidando do lar e da filha, e estuando aos finais de semana.
"É bem cansativo, mas ao mesmo tempo me sinto completa e útil. Quando eu não trabalhava , me sentia muito insegura e desvalorizada"
No relato ela explica que a pressão sobre as mulheres é e sempre foi muito grande. (Se não trabalha fora e fica só por conta da casa e dos filhos) "você não faz nada". "Se trabalha fora, não está fazendo mais que sua obrigação".
Segundo pesquisas, a condição feminina físico e mental depois da inserção da mulher no mercado de trabalho, apresentou maiores níveis de estresse, desgaste físico, depressão e uma baixíssima autoestima. Muitos desses problemas estão ligados a dupla jornada.
As mulheres trabalham cerca de 7,5 horas a mais do que os homens na semana. Isso se dá, ao fato das mulheres ter uma dupla jornada de trabalho maior do que o masculino. Já que, as demandas femininas está ligada entre emprego e atividades do lar.
Dia da Mulher
O dia 8 de março, é um data para lembrar da luta da mulher na sociedade por direitos igualitários e justos, contra o machismo e a violência . O Dia Internacional da Mulher é uma data comemorativa que foi oficializada pela Organização das Nações Unidas na década de 1970. Essa data histórica vem para reforça que as mulheres sempre teve que provar o seu valor na sociedade, independente do que ela faça ou o que ela seja. Além disso, a comemoração vem para reforça que cada vez mais a mulheres vem ganhando seu espaço.
A ONU Mulheres lançou um alerta mundial, em 2020. Advertindo autoridades políticas, sanitárias e organizações sociais sobre a forma como a pandemia da Covid-19 e o isolamento social poderiam afetar as mulheres. "O documento da ONU aponta que, na história da humanidade, toda crise social atingiu com mais intensidade as mulheres”
Violência domestica durante a pandemia
Com a pandemia causada pela Covid-19 e as medidas de distanciamento social, foi possível observar um quadro pré-existente da realidade de alguns cenários relacionados às desigualdades e violência no Brasil.
As mulheres, mais pobres, negras, chefes de família e com filhos, foram as mais afetadas de diversas maneiras durante o isolamento. Em tese, elas tiveram a perda da renda, a falta de creches e escolas e o aumento da violência doméstica.
Além do mais, durante a pandemia os números de violência domestica e feminicídios cresceram. Dados recentes, apontam aumento foi de 22% nos casos de feminicídio no Brasil. (Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública)
Segundo o monitoramento de violência no país, o aumento dos homicídios e feminicídios de mulheres podem estar relacionado com o aumento do tempo de convivência com os autores. Com isso, muitas mulheres acabaram se vendo confinadas com seus agressores ou perderam o contato com sua rede de apoio. Por fim, os dados revelam que ao agravamento desses episódios, só reforça uma violência já pré-existentes antes mesmo da pandemia.
Mulheres na pandemia
Dentro desse um ano de pandemia, diversos estudos têm revelado os efeitos do sistema de distanciamento social na vida da mulher brasileira. Muitas enfrentam uma rotina diária de tarefas domésticas, cuidado com crianças, com pessoas idosos e pessoas com deficiência. Além ainda do trabalho remoto, ou fora de casa.
Segundo a pesquisa "Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia", da Sempreviva Organização Feminista, metade das mulheres brasileiras passou a cuidar de alguém durante a pandemia. Foram entrevistadas 2.641 mulheres, de todas as regiões do Brasil, em áreas urbanas e rurais. Cerca de 80% dessas mulheres, além das outras demandas, estão cuidando de familiares, 24% de amigos e 11% de vizinhos.
Entrevistamos Letícia Noronha, de 26 anos. Que nos relatou como é trabalhar fora, cuidar da filha de 1 ano e 9 meses, do marido e da casa.
"Não digo que seja uma tarefa fácil. Por muitas vezes a gente se vê tendo que escolher entre uma coisa ou outra."
Letícia trabalha como assistente administrativo no Hiper Moreira, em Goiânia. Entre todas as demandas que possuí, como cuidar da cada e da filha ela conta com ajuda do marido e da sogra para realiza-las. No trabalho ela tenta ser o mais responsável e comprometida possível, explicou. " E ali que tiro parte do sustento de casa".
Depois da pandemia ela relata que a demandas continuaram as mesmas. O que mudou para ela foi o apoio que tinha em poder deixar a filha na creche. Com o sistema infantil fechado, já aconteceu dela ter que levar a filha para o trabalho.
Foi perguntado para a entrevistada sobre o cuidados consigo mesma. O que muitas vezes, algumas mulheres acabam deixando de lado, por causa outras demandas.
"O cuidado comigo mesmo acaba sendo quando dá, sendo na hora que a Valentina tá dormindo ou não tá em casa. No meu tempo livre, tento fazer minha unhas, arrumar meu cabelo e assistir minhas séries! Mas a arte de ser mãe é essa. Se doar!"
Em recado ao dias da Mulher Leticia descreve. "Sobre o dia 8, eu acho um reconhecimento muito importante! Nos faz lembrar da força que, só perante as dificuldade nós sabemos que temos."
Para as mulheres: "Que continuemos firmes a cada dia! Continuarmos lutando pelos nossos sonhos e sermos as mulheres de fibra que somos! E cada vez mais conquistar os nossos espaços e mostrarmos que somos capazes de sempre mais!"
O DM, deseja a todas as mulheres um feliz Dia Internacional da Mulher!