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Primeira imagem nítida de campo magnético é capturada por astrônomos em buraco negro

De acordo com um estudo divulgado nesta quarta-feira (24), os astrônomos que revelaram o primeiro buraco negro aos olhos do mundo, conseguiram capturar a imagem do campo magnético perto de sua borda. Grande passo para compreender esses monstros cósmicos, afirma estudo.

O gigantesco buraco negro, alojado no coração da galáxia Messier 87 ( M87), à 55 milhões anos-luz de distância, apareceu para nós no dia 10 de abril de 2019, com o aspecto de um círculo escuro, cercado por um anel flamejante.

A imagem histórica, foi obtida devido uma colaboração internacional da Event Horizion Telescope (EHT), e é a evidência mais direta já obtida, da existência de buracos negros.

Também foi divulgada uma nova imagem do objeto em luz polarizada, por meio de um filtro que ajuda a isolar uma parte do anel luminoso.

"A polarização da luz contém informações que nos permitem compreender melhor a física por trás da imagem vista em abril de 2019, o que não era possível antes. Este é um grande passo", ressaltou Ivan Marti-Vidal, coordenador de um dos grupos de trabalho do EHT e pesquisador da Universidade de Valência na Espanha.

"Observamos de verdade o que os modelos teóricos previam, o que é incrivelmente satisfatório!", comemorou Frédéric Gueth, vice-diretor do Instituto de Radioastronomia Milimetrada (Iram), cujo telescópio faz parte da rede EHT.

A polarização revelou a estrutura do campo magnético localizada na borda do buraco negro e, possibilitou a produção de uma imagem semelhante à um turbilhão de filamentos.

"O campo magnético na borda do buraco negro é forte o suficiente para repelir gás quente e ajudá-lo a resistir à força da gravidade", explica Jason Dexter, da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos.

Nenhuma matéria sai de um buraco negro uma vez engolida "agregada". Mas o ogro cósmico, por mais poderoso que seja, não engole "100% de tudo em seu ambiente: uma parte escapa", afirma o pesquisador do CNRS.

Segundo o ESO (Observatório Europeu Austral), os jatos energéticos, vindos do núcleo do M87 "são um dos fenômenos mais misteriosos desta galáxia". "O que acontece lá dentro continuará um mistério. O desafio é, portanto, entender o máximo possível o que acontece ao redor, porque está necessariamente interligado", diz pesquisador.

Cancelado na última primavera devido à pandemia da Covid-19, a Sessão Anual de Observação Simultânea da rede EHT, deve ser retomada no final de abril e, contará com adição de novos telescópios, incluindo o Observatório NOEMA do Iram, nos Hautes-Alpes, que permitirá uma melhora ainda maior na precisão das imagens obtidas

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