A Universidade de Brasília (UnB), investiga 90 denúncias de fraude nas cotas raciais e estuda implantar comissões de heteroidentifição.
Segundo a UnB, não é uma apuração propriamente dita, os casos estão em fase de processo disciplinar docente no Decanto de Assuntos Comunitários.
25 estudantes egressos acusados de fraude no sistema de cotas raciais foram alvo de investigação em 2020.
Nos casos julgados 15 universitários foram expulsos, dois egressos tiveram os diplomas cassados e oito ex-estudantes, já afastados da UnB, por outros motivos, sofreram a anulação dos créditos, de acordo com Administração Superior da UnB.
Em 12 de março foi aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni), um relatório com sugestões que visam melhorar a implementação da política de cotas.
Para além da punição dos fraudadores, um dos principais pleitos dos estudantes pretos era a heteroidentifição e, a instituição decidiu avaliar oficialmente a demanda.
“Entre as indicações, está o estabelecimento de comissões de heteroidentificação já no ingresso, nos moldes do que deve ser feito na pós-graduação – cuja política de reserva de vagas foi aprovada no ano passado”, afirmou a universidade.
No ano passado a UnB, pioneira na política de cotas raciais no país, teve bancas de heteroidentifição nas quais os alunos candidatos a ingressar na universidade como cotista, eram entrevistados por um grupo de professores, porém esse instrumento foi abandonado com o passar do tempo.
“As cotas são um importante mecanismo de promoção da inclusão e da igualdade, e a UnB seguirá atenta para garantir que sua implementação ocorra a contento”, destacou a instituição de ensino.
O relatório com sugestões para a aperfeiçoamento da política de cotas raciais foi elaborado pela própria comissão responsável pela análise prévia dos recursos e emissão dos pareceres julgados pelo Consuni.
Foram expulsos estudantes dos cursos de: direito (4), medicina (4), ciências sociais (3), letras francês (1), ciência da computação (1), engenharia de software (1) e medicina veterinária (1). Os ex-alunos com diploma cassado cursaram direito. E tiveram os créditos anulados.