Foi iniciada nesta segunda-feira (22), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, a Operação Gárgula contra acusados de lavar dinheiro e movimentar recursos ilícitos do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega.
A 1ª Vara Criminal Especializada da capital, expediu três mandados de prisão, na qual a viúva do paramilitar morto em fevereiro de 2020, Julia Emília Melo Lotufo, é um dos alvos e está foragida.
Segundo o MPRJ, o soldado da PM Rodrigo Bittencourt Fernandes Pereira do Rego, era um dos laranjas e foi preso nesta segunda-feira (22).
Outro alvo seria o sargento, Luiz Carlos Felipe Martins (Orelha), homem de confiança de Adriano que auxiliava na administração dos valores que seriam colocados para empréstimo e fazia o pagamento das despesas do patrão como aluguel, carros e cartões de crédito. Luiz Carlos foi morto em um tiroteio no último sábado (20).
Foi determinado pela justiça o sequestro de R$ 8,4 milhões de bens, incluindo um haras Guapimirim. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também tentava cumprir 27 mandados de busca e apreensão, dois deles eram contra irmãs do miliciano.
Nove pessoas foram denunciadas pelo MPRJ pelos crimes de lavagem de dinheiro em favor do miliciano. “Essas manobras visavam à ocultação e à dissimulação da origem do dinheiro ilegal obtido com os crimes perpetrados por Adriano”, diz o documento.
De acordo com o MPRJ, a viúva de Adriano era responsável pela contabilidade e gestão financeira dos lucros das atividades criminosas e controlava os valores destinados para empréstimos.
Segundo os promotores, os nove denunciados concediam empréstimos a juros de até 22% sob ordem de Adriano, entre os anos de 2017 e 2020, e utilizando-se de empresas de fachada.
A Cred Tech Negócios financeiros LTDA, era uma dessas firmas e tinha como sócio o PM preso nesta segunda-feira, Rodrigo Bittencourt.
Entre 1° de agosto de 2019 e abril de 2020, a companhia de fachada movimentou R$ 3,6 milhões. Quem acabava devendo a Cred Tech tinha os bens confiscados e passados para o nome de laranjas.
Adriano chefiava a Milícia do Rio das Pedras e integrava o consórcio de matadores de aluguel, conhecido como Escritório do Crime.
A TV Globo apurou que, no espólio de Adriano, constam:
- restaurantes;
- postos de gasolina;
- gado;
- cavalos de raça;
- áreas rurais;
- imóveis;
- carros.
Bens que segundo a investigação, foram adquiridos com lavagem de dinheiro e atividades criminosas como:
- mortes por encomenda;
- grilagem de terras;
- construção ilegal de imóveis;
- agiotagem;
- exploração de caça-níqueis;
- cobrança de ágio na água e no gás, vendidos sob monopólio.