A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) tem uma campanha pedindo a proibição do andador no país desde 2013. Segundo a SBP apesar de parecer inofensivo, o andador infantil é um produto muito perigoso que expõe a criança à acidentes e pode prejudicar seu desenvolvimento.
Confira abaixo os 9 motivos para não usar andador:
- O bebê aprende a correr de maneira errada, fora do tempo normal;
- Desequilibra, oferecendo mais riscos de queimaduras e afogamentos;
- Afeta o desenvolvimento pisicomotor;
- Atrapalha o processo natural da marcha;
- Ensina o bebê a caminhar na postura incorreta;
- Prejudica o exercício, pois a criança gasta menos energia;
- Gera mais quedas que o normal;
- Propicia mais riscos de traumatismo craniano ao bebê;
- Proporciona independência a uma criança que ainda não tem maturidade para isso.
Segundo a terapeuta ocupacional - Preceptora de residência de terapia ocupacional do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Michele Vaz, "As crianças que utilizam os andadores pulam etapas importantes como engatinhar, que é um processo extremamente importante, inclusive para o equilíbrio", afirma.
Michele informou ainda que as crianças que pulam esta etapa podem ter uma marcha mais prejudicada. "Além disso, há alteração no alinhamento das pernas. As crianças podem ficar com as pernas arqueadas e também aprendem a andar com a ponta dos pés", informa.
O risco pode ser ainda maior para crianças com nanismo que já possuem características como, membros mais encurtados e curvos, com braços e coxas mais reduzidas, pés planos, pequenos e largos.
De acordo com a pediatra, diretora técnica do Instituto Nacional de Nanismo (INN) e representante da Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), Simone Silva Ramos, o uso dos andadores pode causar alterações de quadril e essa é uma característica já muito comum em crianças com nanismo.
"Estas crianças precisam ainda mais de fortalecimento de musculatura e o andador atrapalha este processo em crianças que já possuem características como membros encurtados e curvados. O acessório aumenta o risco de traumatismo craniano. A cada três crianças que utilizam o andador, uma tem potencial risco de traumatismo craniano grave", afirma Simone.
Segundo a pediatra, "Este é um objeto que começou a ser utilizado ainda no século XIV, quando se acreditava que ele encorajaria a criança a ter uma postura vertical adequada. Apesar de prático e atrativo, faz com que as crianças demorem mais tempo no desenvolvimento natural para ficar de pé e caminhar sem apoio", afirma.
No Canadá, o andador infantil é proibido desde 2007. No Brasil, não é proibido, mas não é recomendado. De acordo com Michele, "O ideal é respeitar as linhas de desenvolvimento das crianças e buscar profissionais adequados que possam auxiliar de uma forma natural. É muito importante que o bebê aprenda a sentar, engatinhar e só depois seja estimulado a andar", finaliza.
Leia também: