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Bruno Covas, prefeito de São Paulo morre vítima de câncer

O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), morreu às 8h20 deste domingo (16) aos 41 anos, em São Paulo, informou a prefeitura, em nota. Desde 2019, ele lutava contra um câncer no sistema digestivo com metástase nos ossos e no fígado. Ele deixa o filho Tomás, de 15 anos.

Covas apresentou piora em seu quadro clínico, segundo informações divulgada pelo Hospital Sírio-Libanês na última sexta-feira (14).

De acordo com Cristiano Freitas, intensivista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, isso significa que, em um diagnóstico oncológico no estágio avançado, como foi o caso de Covas, não havia mais opções terapêuticas eficazes.

''A doença tem curso próprio e a terapêutica passa a ser ineficaz. A pessoa não faz mais quimio, radio, imunoterapia numa situação irreversível, por que já não adianta mais'', explica Cristiano.

Nas últimas horas de vida, o prefeito recebeu sedativos e analgésicos para não sentir dores. Familiares e amigos de Covas permaneceram no hospital desde que os médicos informaram que seu quadro de saúde era irreversível.

Ainda na noite da última sexta-feira (14), um padre chegou a fazer a unção dos enfermos, um sacramento católico. Durante a noite do último sábado (15), representantes de diversas religiões participaram do ato ecumênico na porta do hospital, que durou 30 minutos e terminou com a oração Pai Nosso.

Vida política

Nascido em Santos, no litoral paulista, em 7 abril de 1980, Covas era filho de Pedro Lopes, engenheiro da Autoridade Portuária de Santos, e Renata Covas, a única filha mulher de Mário Covas e Lila.

Covas graduou-se em direito pela Universidade de São Paulo (USP) e em economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e iniciou a carreira política em 2004, quando se candidatou a vice-prefeito de Santos na chapa do correligionário Raul Christiano. Naquele ano, se casou com a economista Karen Ichiba, de quem se divorciou depois de 10 anos.

O casal teve Tomás, hoje com 15 anos, que acompanhou o pai em eventos públicos diversas vezes, inclusive vestindo a camisa dos “Tucanáticos”, o grupo de jovens do PSDB.

Bruno Covas sentiu o prazer de sua vitória nas urnas pela primeira vez aos 26 anos, como deputado estadual. Foi reeleito aos 30, com o maior número de votos. Depois, assumiu o cargo de secretário Estadual do Meio Ambiente na gestão Geraldo Alckmin (PSDB), e, em 2014, venceu a eleição para deputado federal. 

Bruno assumiu a Prefeitura de São Paulo em abril de 2018, quando Doria deixou o cargo para se candidatar a governador do estado. A primeira grande missão à frente da Prefeitura ocorreu no feriado de 15 de novembro de 2018, após um viaduto de 2 metros ceder sobre a Marginal Pinheiros.

O diagnóstico

Após um ano e meio lutando contra um câncer, o prefeito licenciado de São Paulo teve piora em seu quadro geral. Covas estava licenciado do cargo desde o último dia 2, quando foi internado pela última vez. Logo no dia seguinte, durante a realização de um exame para descobrir a causa de uma anemia, os médicos identificaram um sangramento e o levaram para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) intubado.

O prefeito descobriu que tinha câncer em outubro de 2019, quando exames que vinham sendo realizados para investigar o surgimento de uma trombose apontaram a existência de três tumores: um no fígado, um na cárdia (a transição entre o estômago e o esôfago) e outro nos gânglios linfáticos.

Bruno Covas no Hospital Sírio-Libanês durante a internação, em novembro de 2019. — Foto: Divulgação/Prefeitura de SP

Em fevereiro deste ano, a equipe médica identificaram um novo tumor no fígado de Covas, fazendo com que retornasse a quimioterapia. Entretanto, ao longo desta nova etapa do tratamento, a doença se mostrou mais agressiva, se espalhando para mais pontos do fígado e de seus ossos.

Em janeiro de 2021, após ser reeleito nas eleições municipais e continuar no cargo, Covas anunciou uma nova fase de procedimentos no combate à doença. Ele tirou uma licença de 10 dias, quando passou a ser submetido a sessões de radioterapia.

Em abril, novas complicações debilitaram ainda mais a saúde do prefeito que, mesmo assim, sempre se manteve muito otimista e determinado a enfrentar a doença e permanecer com o tratamento.

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