Com a pandemia da covid-19, o evento que se comemora todos os anos, foi impedido pela segunda vez de ser realizados nas ruas. Para evitar aglomerações a Festa do Divino em São João del Rei, Minas Gerais, será em formato digital e pode ser acompanhado nesta segunda-feira (31), na live Festa do Divino: uma bandeira de fé, justiça e liberdade, às 17h, pelo canal do Museu do Pontal no YouTube.
Para não passar totalmente em branco, esse ano, as novenas foram transmitidas por meio virtual na página Jubileu do Divino, além das celebrações das missas solenes. Já a realização das congadas, ficou definido que voltária somente quando a pandemia acabar.
A conversa na live será coordenada pela professora Martha Abreu, da Universidade Federal Fluminense (UFF). O encontro tem como convidados os representantes da Folia do Divino de São João Del Rei Geraldo Elói de Lacerda, Júlia Maria de Lacerda Açucena Nascimento, além de Simone de Assis, historiadora e pesquisadora na área do afro-catolicismo, com destaque para Festas do Divino, Congadas e Cosmo percepção bantu-congo.
A historiadora Simone de Assis contou que a festa na cidade começou em 1774, ela também lembrou que as festas do Divino Espírito Santo celebram Pentecostes, que este ano caiu no domingo passado (23), e ocorrem 50 dias após a Páscoa, com a descida do Espírito de Deus sobre os apóstolos e seus seguidores.
“Depois da Páscoa, no primeiro dia que representa a ressurreição, as folias já saem falando que daqui 50 dias haverá a mítica de que o Divino Espírito Santo descerá em terra. Elas anunciam, mas como anunciar e trazer esse festejo não apenas dentro do espaço de uma igreja em si, mas ocupando ruas, trazendo uma movimentação e a prática cultural da religiosidade na festa? Não é de qualquer maneira. Tem que estar vestido de roupa específica, tem que estar com os instrumentos que dão identidade àquele grupo. Todos os elementos e os saberes que vão atravessando o espaço, o tempo e perduram séculos e séculos”, comentou.
“[É preciso] entender esse dia que é forte e que carrega, no caso da festa em si, o espaço que a gente tinha de congadas e de folia. Então, entender os batuques afro-mineiros também por meio da bandeira do Divino Espírito Santo”, completou.
As comemorações religiosas têm grande destaque nas manifestações populares no Brasil, reforçando a interação da sociedade. Entre elas estão as procissões, as festas de santos protetores, os santos padroeiros, a romaria de Nossa Senhora de Aparecida, Nossa Senhora dos Navegantes e Nossa Senhora de Nazaré, no Pará. As festas juninas de Santo Antônio, São João e São Pedro e as festas de Natal.
Agência Brasil*