O Dia das Mães é a segunda melhor data para o comércio. Perde apenas para o Natal e fica na frente do Dia dos Namorados e do Dia dos Pais, e a presença dos clientes é a esperança dos lojistas de aumento nas vendas neste início de maio em Ribeirão Preto (SP). Desde sábado (1º), o governo estadual ampliou o horário de funcionamento do comércio, que pode abrir das 6h às 20h.
De março a abril, os estabelecimentos passaram seis semanas de portas fechadas por causa do agravamento da epidemia de Covid-19. Agora, com a fase de transição do Plano São Paulo, que permite o atendimento presencial, e com a proximidade do Dia das Mães, comemorado em 9 de maio, o setor está otimista.
Em caráter excepcional, a Prefeitura liberou o funcionamento do comércio até as 22h na sexta-feira (7) e no sábado (8).
Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp), a expectativa é que os filhos gastem de R$ 100 a R$ 200 com o presente. O cenário é diferente do encontrado no mesmo período de 2020, quando as lojas estavam fechadas e o faturamento caiu 30%.
A comerciante Natália Lopes, que é a terceira geração da família de lojistas, espera um bom movimento, tanto na loja como na internet.
"A gente espera que [as portas abertas aumentem] sim. É uma data especial as pessoas presenteiam suas mães, suas avós, suas tias. É muito importante eu ter as minhas portas abertas, eu preciso disso, mas eu não vou deixar de atender minhas clientes à distância”, afirma.
Para a professora Neire Brito, o e-commerce é uma opção, mas não se compara a ver e experimentar o produto na loja.
“Pela internet você até pode fazer a compra e tal, mas e se você fica naquele vai e volta, o tamanho não dá certo, não bem a cor. Ver aqui é uma coisa, a hora que você experimenta é diferente”, diz.
O presidente do Sincovarp diz que a injeção do auxílio emergencial, mesmo que em menor valor do que o concedido no ano passado, também pode ajudar neste começo de retomada.
“A ajuda emergencial do governo já chegou, em menor quantidade, em volume de recursos, mas mesmo assim é importante. O Dia das Mães vai cair na semana do pagamento e isso vai dar um fôlego bom”, afirma Paulo César Garcia Lopes.
Mas a situação econômica do país mudou, não vivemos mais o clima de euforia que existia no ano passado. Para este ano, se as vendas se mantiverem no mesmo patamar que no ano passado, já será bom para o comércio", afirma o presidente do Sindivarejista, Antônio Augusto de Moraes.
Para ele, o otimismo do comércio para as vendas do Dia das Mães este ano se deve à redução da taxa de juros, à ampliação do prazo de pagamento e à oferta de crédito no mercado.
Dados sobre as vendas:
A pesquisa da Serasa divulgada na ultima quarta-feira (28/04) e realizada com cerca de mil estabelecimentos aponta que o comércio varejista do país espera que as vendas dos Dia das Mães neste ano registrem o pior resultado desde 2006.
Apesar de a expectativa para o faturamente não estar definida, 32% dos comerciantes entrevistados esperam queda no volume de vendas, 34% esperam estabilidade e 34%, aumento. As grandes empresas do varejo são as mais otimistas, de acordo com a pesquisa.
Para o Dia das Mães, 45% das grandes lojas esperam alta do faturamento. Médias empresas seguem a mesma direção, com 39% dos executivos na esperança aumento das vendas. Mas as pequenas empresas são menos otimistas e 34% delas esperam menos dinheiro em caixa. Os estabelecimentos que esperam aumento apontaram uma média de 15,9% e os da queda, média de 21%.
A região Norte é a mais otimista para essa data, onde cerca de 39% dos empresários acreditam em alta nas vendas. Em seguida, aparecem o Sudeste e o Centro-Oeste, cada um com 36% dos varejistas otimistas. O Nordeste vem em quarto na lista, com 35% dos comerciantes na expectativa de maior faturamento e em quinto, a região Sul, com 28%.
Economia
O professor de economia da USP Edgard Monforte diz que a reabertura do comércio é um sinal positivo também para a geração de empregos.
Com os fechamentos em março, o setor registrou 1.995 admissões e 2.145 desligamentos, fechando o mês com saldo negativo de 150 vagas, como apontam os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
“A cidade é um centro de comércio e quando você tem um lockdown, todas as cidades param de vir para cá. O comércio, que depende fortemente dessa venda, reduz os postos de trabalho, reduz vendas, e aí é inevitável – vai ter desemprego, que é o que estamos vendo nos dados do Caged”, afirma.
O serviço de pesquisas econômicas da Associação Comercial e Industrial (Acirp) diz que a reabertura do setor é animadora, mas a recuperação não é imediata.
“Toda abertura é bem-vinda para essa retomada econômica, mas os comerciantes ainda estão receosos, até mesmo com relação a capacidade de compra dos clientes. É um alento, porém ainda precisa de muito mais para ter uma recuperação sólida”, afirma o economista Renan Rocha.
*Com informações do Portal G1 e Correio Braziliense
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