Os chefões do tráfico do comando vermelho do Rio de Janeiro, enviam e recebem bilhetes com informações das favelas. Esses chefões do tráfico são acusados de mandar matar e torturar outros indivíduos, mesmo dentro da cadeia. Eles repassavam ordens a integrantes da facção criminosa nas favelas do Rio de Janeiro através de bilhetes encaminhados a um agente penal do presídio federal de segurança máxima de Catanduvas (PR).
Segundo investigação da Polícia Federal iniciada há um ano, os criminosos usavam o recurso até para ordenar mortes e torturas. Um agente Prisional é investigado por repassar esses bilhetes ao: Cleverson Pereira dos Santos, o Palmeirense e Márcio dos Santos Nepomuceno, Marcinho VP, apontado como o chefão do Comando Vermelho.
O registro das câmeras de segurança do pátio, no momento do banho de sol dos detentos, mostra o interno Cleverson retirando embrulhos com bilhetes escondidos no uniforme. Em seguida, lê o recado para integrantes da cúpula do CV, próximo a Claudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira, e João Paulo Firmiano Mendes da Silva, o Russão.
Segundo o setor de inteligência da penitenciária, a mensagem era destinada principalmente a Marcinho VP, com quem Palmeirense fez "diversos contatos visuais, acreditando-se que ele estaria esperando alguma resposta". Após a leitura o detento coloca o bilhete em um copo com água, e joga o conteúdo em um ralo aberto.
De acordo com a investigação, a leitura do bilhete ocorreu um dia depois do plantão do agente penal Docimar Pinheiro, apontado como o "pombo-correio" do CV na unidade prisional. Imagens encaminhadas à investigação pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional), mostram o momento em que o agente penal entregou bilhetes na portinhola da cela de um detento no dia 19 de dezembro.
Em outra ocasião, durante a entrega da marmita ao interno Joallyson Carlos da Silva, apontado como integrante do CV, foi possível observar o agente pegar algo com o detento e permanecer com a mão fechada. Depois o agente foi flagrado pelo vídeo colocando o objeto no bolso da calça.
De acordo do com Depen, Docimar também burlou o manual de procedimentos de segurança do sistema penitenciário federal, que proíbe a entrada de um agente sozinho na área de vivência dos internos.
Para a Advogada de defesa de Marcinho VP, "Nos autos, não há qualquer indício que comprove a participação de Márcio dos Santos Nepomuceno nos supostos crimes. Em nenhum momento foi demonstrado pelas provas anexas nos autos que ele era o destinatário ou emitente dos bilhetes", disse Paloma Gurgel.
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