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Suposto superfaturamento na contratação de leitos de UTI pelo Iges-DF é investigado pelo MP

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), com o apoio da Polícia Civil, deflagrou, nesta quarta-feira, 18, uma operação que investiga a suposta contratação superfaturada de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) pelo Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). No total, 67 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos na capital e em seis estados.

O ex-secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo, que chegou a ser preso durante a operação Falso Negativo, que apura fraudes na compra de testes rápidos para Covid-19 é um dos alvos da operação.

No Distrito Federal, a polícia cumpre mandados no Hospital de Base, na Asa Sul, e no Hospital Regional de Santa Maria, unidades administradas pelo Iges-DF. A suspeita é de que houve desvios milionários em contratos de empresas terceirizadas que forneciam leitos entre março e outubro de 2020.

Segundo as investigações, as ilegalidades supostamente praticadas tiveram como consequência "altíssimas taxas de mortalidade" nos leitos de UTI administrado pelas empresas.

Além de Brasília, os mandados são cumpridos em:

  • Goiás
  • Amazonas
  • Bahia
  • Rio de Janeiro
  • São Paulo
  • Tocantins

A suspeita é de que as duas empresas contratadas pagavam um valor superior por leitos de UTI. As investigações também apontam que as empresas deixaram de fornecer insumos, medicamentos e mão de obra em quantidade e qualidade conforme exigido nos contratos firmados.

De acordo com as investigações, as fraudes podem ter provocado aumento da taxa de mortalidade nas unidades de saúde. Entre maio e agosto do ano passado, 365 pacientes vieram a óbito nos leitos administrados por uma das empresas investigadas, em Santa Maria. Também houve atraso na instalação e início do funcionamento dos leitos.

Foram levantadas outras ilegalidades como, falta de documentação que comprove a capacidade econômico-financeira das empresas para assumirem o serviço e prestação de garantia por instituições não autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central.

A operação foi batizada de Ethon e é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPDFT.

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