O litro da gasolina em Goiânia já está sendo vendido por até R$ 7,479, já o etanol chegou a custar até R$ 5,799. Segundo a pesquisa semanal da Agência Nacional de Petróleo (ANP), na semana passada, Goiânia voltou a ser a segunda capital com a gasolina mais cara do País. Dentro da pesquisa há também grande variação entre os preços expostos pelos revendedores.
Ontem, o litro da gasolina custava R$ 6,52 e em outro posto R$ 7,47, uma diferença de R$ 0,95 centavos. Já o preço do litro do etanol variava de R$ 4,99 a R$ 5,79, diferença de R$ 0,80. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto-GO) apresentou notas fiscais de compra de combustíveis que mostram altas de até R$ 0,13 no preço da gasolina e de até R$ 0,30 no etanol desde 27 de outubro.
O presidente do Sindiposto Márcio Andrade, informa que, nas últimas semanas, os preços sofreram pressões dos reajustes nos preços do etanol anidro (que é misturado à gasolina), e o do hidratado. “A maioria dos postos ainda vende o etanol com uma margem baixíssima, que já não cobre nem os custos”, afirma Márcio. Segundo as pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o principal motivo para a gasolina estar tão cara, atingindo preços históricos, são os problemas na safra.
“Tivemos uma redução em função de secas em 2020 e este ano, de três geadas que afetaram a região Centro-Sul, maior produtora nacional, além de incêndios que prejudicaram o desenvolvimento da cana”, explica o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol no Estado (Sifaeg), André Luiz Rocha.
Além do atraso no início da safra por cerca de 10 dias que influencia no crescimento da produto, há também menos cana, o que implica em uma produção menor de etanol e de açúcar. Apenas da queda da cana, houve um aumento de 25% no etanol anidro, que é misturado à gasolina. “Mesmo com os altos preços da gasolina, houve um consumo bem maior que no ano passado e precisamos produzir mais anidro”, destaca André Luiz.
André ressalta que a próxima safra de cana de açúcar também deve terminar pelo menos 15 dias mais cedo que as anteriores. Das 35 usinas que produzem etanol em Goiás, 26 já encerraram a produção. As outras devem encerram nas próximas semana até o início de dezembro. Depois disso, ele alerta que não há expectativa de antecipação para as próximas safras.
Por causa do não desenvolvimento da cana, a gasolina em 2022 pode ter preços ainda mais altos. “Ainda teremos que ver o comportamento das chuvas de verão, mas tudo indica que a safra 2022 deve atrasar e ser até menor que a atual”, explicou.