Por Fábio Grellet
O cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro Alauir de Mattos Faria, que atua no 41º Batalhão (Irajá), prestou depoimento nesta quinta-feira, 3, à Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro na investigação sobre o espancamento até a morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, ocorrido no dia 24 de janeiro.
Faria era apontado como dono do quiosque Biruta, que funciona no mesmo imóvel do quiosque Tropicália, onde ocorreu o crime. Segundo seu advogado, Lennon Correia, Faria tinha perdido o contato com o congolês, mas enquanto conviveu com ele considerava-o um rapaz tranquilo e que não arranjava confusão.
"Ele (Faria) recentemente não estava frequentando muito o quiosque, por isso não estava tendo contato com o Moïse. Ele não sabe dizer como era o comportamento recente do Moïse. O que relatou é que até dois anos atrás, quando ele tinha um pouco mais de contato com o Moïse, Moïse era um rapaz muito tranquilo e nunca tinha arranjado confusão com ninguém", afirmou Correia.
O advogado de Faria afirmou também que seu cliente não é dono, mas amigo do dono do quiosque. "O quiosque parece que é de um senhor chamado Celso, que é amigo do senhor Alauir, e a gerente é a senhora Viviane, que é irmã do senhor Alauir. O senhor Alauir de vez em quanto ia para o quiosque para ajudar a irmã dele nos trabalhos do quiosque. Por isso ele é conhecido na região, mas não é o dono", afirmou.
Em audiência de custódia promovida nesta quinta-feira, a Justiça manteve a prisão temporária dos três acusados pelo crime - Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, conhecido como Dezenove, de 28 anos, Brendon Alexander Luz da Silva, conhecido como Tota, de 21 anos, e Fabio Pirineus da Silva, o Belo, de 41 anos.
O crime
A Polícia Civil do Rio investiga a morte brutal por espancamento do congolês Moïse. Ele morava no Brasil desde 2014, trabalhava em um quiosque na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). Segundo parentes, o africano morreu depois de ser agredido por cinco homens após cobrar uma dívida de trabalho, no dia 24.
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