A Polícia Civil indiciou e pediu a prisão preventiva do empresário Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, por crimes sexuais contra 14 mulheres. Outras nove pessoas suspeitas de envolvimento nos crimes também foram indiciadas na quinta-feira, 28.
Klein foi indiciado pelos crimes de organização criminosa, redução à condição análoga à escravidão, tráfico de pessoas, estupro, estupro de vulnerável, casa de prostituição (manter estabelecimento próprio em que ocorria exploração sexual), favorecimento à prostituição ou qualquer tipo de exploração sexual de criança, ou de adolescente, ou de vulnerável. O caso agora vai para análise do Ministério Público (MP).
A pedido do MP, investigação teve início em 2020, após denúncias de estupro, tráfico de pessoas e favorecimento à prostituição. Conforme a delegada Priscila Camargo, titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri, em São Paulo, o inquérito tramita há mais de 15 meses e ainda há outras pessoas a serem indiciadas.
"indiciamento é um ato discricionário da autoridade policial que não vincula os demais atores processuais". "Saul e sua defesa técnica respeitam o posicionamento da Polícia Civil, mas entendem que a análise atenta e isenta dos elementos do inquérito levará o Ministério Público e o Judiciário a concluírem por sua inocência", afirma o advogado de defesa de Klein, André Boiani e Azevedo .
Saul Klein tem 68 anos e é filho de Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, que morreu em 2014. A Via, atual proprietária das Casas Bahia, informou que Saul nunca possuiu qualquer vínculo ou relacionamento com a companhia.
Segundo a advogada Priscila Pamela dos Santos, que defende as 14 vítimas, "são muitos os elementos que comprovavam a prática do crime".
"O processo demorou dois anos, pois eles aguardaram juntamente com as investigações, o grupo do projeto justiceiras, que fez acompanhamento e acolhimento das vítimas, que precisava de 'alguns desfechos'. A delegada entendeu a prática dos crimes por parte dos envolvidos, e indiciou Saul Klein", afirma a advogada Priscila Pamela dos Santos, que defende as 14 vítimas.