Acusada injustamente de envenenar meninos no Piauí relata ameaças na prisão
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Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 15:54 | Atualizado há 2 dias
Lucélia Maria da Conceição Silva, de 53 anos, acusada de envenenar dois meninos em Parnaíba, Piauí, foi libertada na última segunda-feira (13), após um laudo pericial descartar a presença de veneno nos cajus que teriam sido entregues às crianças. O caso ocorreu em agosto de 2024, quando Lucélia foi presa em flagrante e sofreu uma tentativa de linchamento por parte de vizinhos. Durante sua prisão, a casa dela foi depredada e incendiada.
Lucélia afirmou em entrevista que não conhecia as vítimas ou seus familiares e negou ter entregue os cajus aos meninos. Segundo o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), os frutos não apresentavam nenhum tipo de contaminação, o que levou à sua soltura por decisão da juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 1ª Vara Criminal de Parnaíba. Apesar da liberdade provisória, Lucélia ainda responderá ao processo e terá audiência de instrução e julgamento no dia 23 de janeiro.
Durante os cinco meses em que esteve presa, Lucélia enfrentou ameaças constantes de outras detentas. “Diziam que tinha uma cabeça sobrando, que era a minha”, relatou. Ela também descreveu a dificuldade de dormir e os traumas psicológicos causados pela prisão.
O caso ganhou um novo desdobramento com a prisão de Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das crianças, acusado de envenenar outro grupo familiar em um almoço de ano novo, que resultou na morte de quatro pessoas. Agora, Francisco também é investigado pelo envenenamento dos meninos em 2024, e o inquérito foi reaberto para apurar sua possível participação.
Lucélia retornou a Parnaíba, onde vive com o marido e os filhos, e está abrigada na casa de familiares. “Com fé em Deus, vou tentar viver uma vida tranquila, como era antes, ao lado da minha família”, afirmou.
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