
O sistema nacional de alertas de desastres naturais por meio da tecnologia cell broadcast visa otimizar a comunicação com a população em situações de risco iminente, garantindo que os cidadãos sejam informados de maneira mais eficiente e em tempo real.
Diferente dos alertas enviados por SMS, a tecnologia cell broadcast tem como característica a interrupção de outras funções do aparelho celular, como reprodução de vídeos e uso de aplicativos. Quando um alerta é disparado, o dispositivo emite um alarme sonoro e vibratório, além de congelar a tela, chamando a atenção do usuário. Esse sistema garante que qualquer celular em uma região de risco, conectado a antenas de telefonia 4G ou 5G, receba a notificação, sem necessidade de cadastro prévio.
O primeiro teste da funcionalidade foi realizado em São Paulo, no dia 24 de janeiro de 2025, quando moradores da cidade receberam alertas de desastres iminentes. Em 29 de janeiro, foi a vez do Rio de Janeiro utilizar a tecnologia, quando a cidade enfrentou forte temporal, e os moradores receberam o alerta extremo.
Tipos de alerta: extremo e severo
Existem dois tipos de alertas que podem ser emitidos pela Defesa Civil: o alerta extremo e o alerta severo. O alerta extremo é o nível mais alto e é acionado em situações de risco grave para a vida e a propriedade. Nesse caso, o celular emitirá um sinal sonoro semelhante a uma sirene, que se mantém ativo mesmo quando o aparelho estiver no modo silencioso. A tela do celular será congelada e só poderá ser liberada pelo usuário ao fechar a notificação.
Já o alerta severo indica a necessidade de ações preventivas, e o celular emite um som de "beep", sem interromper o modo silencioso. A tela também ficará bloqueada até que o usuário decida fechá-la.
O que fazer ao receber o alerta?
A mensagem recebida traz informações cruciais sobre a natureza do risco e as ações necessárias. Por exemplo, em caso de chuva forte, a orientação pode ser para evitar áreas de alagamento. Se houver risco de deslizamento de terra, a recomendação será para que o morador deixe a casa e procure um local seguro. A mensagem também pode informar sobre pontos de evacuação e áreas de segurança.
Como o sistema chega à população?
O processo de envio dos alertas é coordenado por um sistema integrado. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil monitora as condições climáticas e prevê o desastre iminente. Após a confirmação do risco, os órgãos de defesa civil dos estados e municípios cadastram o evento na Interface de Divulgação de Alertas Públicos (Idap). Em seguida, o sistema cell broadcast envia a notificação para as torres de telefonia, que a transmitem aos celulares da área afetada.
Características da tecnologia cell broadcast
A tecnologia cell broadcast tem diversas características que a tornam eficaz em situações de emergência. Ela não depende de cadastro prévio, pois envia a notificação para todos os celulares conectados às antenas de telefonia móveis 4G ou 5G da região de risco. O alerta é enviado com um som e vibração, independentemente de o aparelho estar em modo silencioso.
Além disso, a mensagem aparece como um pop-up na tela do celular, interrompendo qualquer atividade em andamento. Esse pop-up só desaparecerá quando o usuário decidir fechá-lo, garantindo que o alerta seja visível até que a ação necessária seja tomada.
Conteúdo e responsabilidade pelos alertas
Os alertas enviados pela Defesa Civil são baseados na classificação de desastres naturais ou causados pelo homem, estabelecida pela Cobrade (Classificação e Codificação Brasileira de Desastres). O conteúdo de cada mensagem, com orientações específicas sobre o que fazer em cada situação, é de responsabilidade dos órgãos de Defesa Civil dos estados e municípios.
Origem e implementação dos alertas
A origem dos alertas da Defesa Civil está ligada a uma legislação que regulamenta as transferências de recursos da União para a prevenção e recuperação de áreas afetadas por desastres. Em 2022, a Agência Nacional de Telecomunicações determinou que as operadoras de telefonia móvel evoluíssem o sistema de notificações de desastres utilizando a tecnologia cell broadcast.
Essa tecnologia foi disponibilizada para todos os municípios das regiões Sul e Sudeste no final de 2024, com a previsão de nacionalização do sistema até o final de 2025. O "Defesa Civil Alerta" complementa outras ferramentas de alerta, como SMS, TV por assinatura, WhatsApp, Telegram e Google Public Alerts.