Uma manifestação de estudantes da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) terminou em confusão entre alunos e seguranças a serviço da instituição na manhã desta quinta-feira (15), no campus Maracanã, zona norte da cidade.
Estudantes contrários aos cortes nas bolsas e auxílios da assistência estudantil a partir deste semestre, ocupam o prédio da reitoria em protesto desde o dia 26 de julho.
Os manifestantes tentaram bloquear as entradas do campus, com bancos, cadeiras e mesas. Por causa disso, a direção da Uerj suspendeu as aulas desta quinta no Maracanã.
O tumulto começou depois que seguranças da universidade tentaram forçar a passagem no hall de elevadores próximo à entrada do portão 5, uma das principais entradas do campus.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o confronto entre estudantes e funcionários que tentavam desmontar as barreiras.
A Uerj repudiou os atos cometidos pelos alunos e informou que a obstrução do prédio é inaceitável. A universidade disse que todas as providências estão sendo tomadas para que as atividades possam acontecer com tranquilidade.
"A Reitoria da Uerj considera inaceitáveis as ações de tentativa de obstrução do Pavilhão João Lyra Filho, no campus Maracanã, por grupos de estudantes e pessoas não identificadas. Gerações investiram toda a sua energia para que as Universidades públicas estivessem abertas, como espaços fundamentais de construção do pensamento crítico, das práticas democráticas e políticas de inclusão", afirmou a instituição.
A reitoria disse ainda que determinou a abertura de sindicância para apuração imediata dos fatos e identificação dos envolvidos.
Sobre os cortes e mudanças nos programas de auxílio aos estudantes, a Uerj alega enfrentar "dificuldade de obter os recursos necessários" ao funcionamento das bolsas que, segundo a instituição, "foram criadas de maneira emergencial no período da pandemia e que, no contexto atual de insuficiência orçamentária, precisam ser revistas de modo a não afetar os mais vulnerabilizados".
Com as reformas, estima-se que 1.400 alunos percam amparo da universidade.
Em entrevista à Folha de S. Paulo em 8 de agosto, a reitora da Uerj, Gulnar Azevedo e Silva, disse que se a medida for revogada, como pedem os estudantes acampados no campus, há risco de "perder tudo" por falta de recursos para custeio das bolsas.
"Quando assumi a reitoria, em janeiro deste ano, a situação já era difícil. Necessitava de uma engenharia financeira. Esticamos a distribuição até julho, mas o orçamento acabou", afirmou Silva.