Diversas tomadas de decisões e programas de governo da gestão Lula têm sido antecipadas pela administração de Ronaldo Caiado em Goiás. Recentemente o Governo Federal lançou o programa “Pé de Meia”, que contempla os estudantes do ensino médio. Três anos antes, Caiado criou o Bolsa Estudo, que atende também estudantes do 9° ano, com pagamento mensal.
Agora, o Governo Federal decidiu pressionar a concessionária de energia elétrica Enel após o declínio evidente da energia elétrica no país. A empresa que atuou em Goiás de 2016 a 2022 foi enfrentada diversas vezes por Ronaldo Caiado e órgãos de governo - caso do Procon Goiás - até sair do Estado. A Enel foi a responsável pela compra da Celg-D em novembro de 2016, quando adquiriu a maior e mais lucrativa empresa de Goiás por simbólicos R$ 2,1 bilhões. De lá para cá a qualidade da energia piorou. Indignado, Ronaldo Caiado requereu melhoras ou a saída da empresa de Goiás. A Enel optou em repassar os serviços para a Equatorial.
Em São Paulo, que é também atendida por uma das concessionárias da Enel, o caos se instalou. E o Governo Federal resolveu entrar no debate, uma vez que é o responsável por regular o setor.
Lula agora segue Caiado: ele começa a agir para retirar a concessionária italiana na maior cidade do Brasil.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a agência reguladora Aneel está autorizada a abrir processo que pode levar à caducidade da concessão da distribuidora de energia Enel São Paulo.
Enquanto a história de Lula-Enel está apenas começando, o episódio Caiado-Enel teve capítulos de muita ação nos últimos anos.
Caiado cobrou investimentos nas redes, que não foram feitos. Por fim, a empresa da Itália resolveu repassar os serviços para outra iniciativa privada.
O gestor chegou a denunciar que a Enel teria retaliado o Governo de Goiás em uma ação no transporte público. A empresa supostamente teria tentado boicotar a licitação para aluguel de ônibus elétricos que atenderão a linha do Eixo-Anhanguera. A Enel entrou na Justiça para suspender a licitação, mas não conseguiu.
Rombo
Caiado denunciou a degradação econômica da Celg ainda no Senado. Desde 2014, ele intensificou a denúncia de uma rede de interesses em torno da dilapidação da empresa.
A empresa já havia sido federalizada; o estado possuía 49% de suas ações. Com a venda, Goiás ficou com R$ 800 milhões líquidos. Em contrapartida teve que assumir dívidas que chegaram a R$ 7,5 bilhões.