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Após convocação para depoimento, Bolsonaro é internado para exames

a Polícia Federal solicitou depoimentos dele, de sua esposa e de aliados próximos a respeito do incidente envolvendo joias

Sérgio Lima/Poder360 Sérgio Lima/Poder360

Na manhã de quarta-feira (23), Jair Bolsonaro, ex-presidente, foi hospitalizado em São Paulo para realizar exames regulares. A hospitalização coincidiu com o dia em que a Polícia Federal solicitou depoimentos dele, de sua esposa e de aliados próximos a respeito do incidente envolvendo joias. Desde o atentado com faca em um evento de campanha em 2018, esta marca a oitava vez que Bolsonaro é internado.

Durante sua presidência, os períodos de internação de Bolsonaro coincidiram com momentos desafiadores para ele, sua família e seu governo. Veja a sequência de eventos.

Janeiro de 2019:

No começo do seu mandato como presidente, Bolsonaro passou por uma cirurgia para remover a bolsa de colostomia, uma consequência do ataque à faca que sofreu no ano anterior. Paralelamente, ele estava no centro de várias controvérsias, incluindo o caso envolvendo Fabrício Queiroz, apontado por movimentações financeiras irregulares. No entanto, o STF aceitou um pedido de Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, e paralisou as investigações contra Queiroz pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

Setembro de 2019:

No primeiro ano de sua administração, Bolsonaro foi hospitalizado duas vezes. Uma dessas hospitalizações foi para se preparar para uma cirurgia de correção de hérnia no local onde foi ferido. Isso coincidiu com um momento de tensão na relação política com Sergio Moro, ex-juiz e, na época, ministro da Justiça selecionado por ele. O desentendimento entre Bolsonaro e Moro surgiu quando o presidente expressou o desejo de substituir o diretor-geral da Polícia Federal, que estava sob jurisdição de Moro. Bolsonaro também indicou que escolheria o substituto, desconsiderando a preferência do então ministro. Antes de sua internação, Bolsonaro enfrentava pressão para adotar ações efetivas contra o aumento do desmatamento e incêndios na Floresta Amazônica.

Setembro de 2020:

Depois da revista IstoÉ revelar transferências financeiras de Fabrício Queiroz e Márcia Aguiar, totalizando R$89 mil para a primeira-dama Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2016, Bolsonaro comunicou a seus apoiadores que se submeteria a uma cirurgia. O procedimento, para remover um cálculo da bexiga, aconteceu no dia 25 daquele mês. Quando confrontado pela imprensa sobre as transferências financeiras, Bolsonaro, visivelmente exaltado, ameaçou um jornalista do O Globo com violência.

Julho de 2021:

Com a extensão da CPI da Covid-19, que investigava o comportamento do governo Bolsonaro durante a pandemia, o presidente foi hospitalizado após sofrer com soluços persistentes por 11 dias, sendo diagnosticado com uma obstrução intestinal. Ele foi admitido no Hospital Vila Nova Star em São Paulo, coincidentemente no mesmo dia de uma reunião programada do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19 com líderes dos três poderes do país.

Janeiro de 2022:

No começo de 2022, enquanto a Bahia enfrentava severas enchentes que resultaram na morte de 25 pessoas, Bolsonaro estava de férias, participando de aglomerações nas praias catarinenses. Isso, durante um pico de casos de Covid-19, gerou muitas críticas a ele. Após seu retorno, Bolsonaro foi hospitalizado devido a uma obstrução intestinal causada por um camarão que ingeriu.

Março de 2022 e a controvérsia no MEC:

Em março de 2022, um escândalo de corrupção envolveu o Ministério da Educação (MEC), com acusações direcionadas ao pastor Milton Ribeiro de favorecer aliados. No dia 28 desse mês, Ribeiro renunciou à sua posição e, ao mesmo tempo, Bolsonaro foi hospitalizado devido a desconforto abdominal.

Janeiro de 2023:

Antes dos eventos tumultuados em Brasília, o ex-presidente Bolsonaro, nos EUA, foi hospitalizado em Orlando devido a dores abdominais. Esse evento, juntamente com a instabilidade no Brasil, resultou em pedidos de políticos norte-americanos para que Bolsonaro fosse deportado.

Agosto de 2023:

No dia 23 de agosto, Bolsonaro foi admitido no Hospital Vila Nova Star em São Paulo para exames ligados ao ataque à faca que sofreu em 2018. Os médicos responsáveis são Maurício Wajgarten e Antonio Macedo.

No mesmo dia, a Polícia Federal convocou Bolsonaro, sua esposa Michelle e vários aliados para prestar esclarecimentos sobre o escândalo das joias sauditas em 31 de agosto. Além de Bolsonaro e Michelle, Fabio Wajngarten, Frederick Wassef, Marcelo Câmara, Mauro Cid, Mauro César Lourena Cid e Osmar Crivellati foram intimados.

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