O Ministério Público de São Paulo (MPSP) investiga o apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer, após o religioso perguntar aos participantes da Marcha para Jesus se, nos próximos anos, "o Brasil será o maior país macumbeiro do mundo ou o país mais evangélico do mundo". O evento ocorreu na quinta-feira, 8, na capital paulista e reuniu cerca de 2 milhões de evangélicos.
Segundo o advogado e ex-deputado Átila Nunes Pereira Filho, responsável pelo protocolo da petição, a declaração do apóstolo Estevam Hernandes pode ser considerada um discurso de ódio. Com base nisso, foi solicitada ao MPSP a investigação da possibilidade de cometimento de um crime contra o sentimento religioso.
No documento enviado ao MPSP, o advogado Átila Nunes Pereira Filho afirma que a conduta do Apóstolo Estevam Hernandes não pode ser considerada como exercício da liberdade de expressão, uma vez que ofende o sentimento religioso de todos os praticantes das religiões de matriz africana.
No pedido apresentado ao MPSP, o advogado menciona episódios recentes de intolerância religiosa envolvendo evangélicos. Esses episódios incluem incêndios em templos indígenas e alegações de demissão de autores de novelas que não se converteram na emissora Record. Essas ocorrências foram citadas como exemplos de comportamentos que contribuem para a disseminação da intolerância religiosa no país.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) recebeu as solicitações na sexta-feira, 9, porém, não há um prazo estabelecido para avaliá-las. Átila tem a expectativa de que haja uma resposta rápida em relação à solicitação apresentada.