Arte e resistência de mulheres atingidas por barragens em São Paulo
Redação DM
Publicado em 18 de abril de 2025 às 12:06 | Atualizado há 20 horas
No Museu de Arte de São Paulo (Masp), uma nova exposição destaca a força e a criatividade de mulheres que, por meio da arte, denunciam as violações de direitos humanos e socioambientais que enfrentam. As obras, criadas por integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), trazem à tona histórias de resistência e luta coletiva.
Exposição Impactante
Intitulada “Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos”, a mostra é composta por 34 arpilleras – uma forma de arte têxtil que se originou no Chile, na década de 1970, como um meio de protesto contra a repressão. Isabella Rjeille, uma das curadoras da exposição, explica que essas peças não são apenas objetos artísticos, mas sim testemunhos de experiências vividas por mulheres que sofrem com os impactos das barragens no Brasil.
Técnica de bordado
O uso da técnica de arpillera começou em 2013, após uma oficina na Argentina, e desde então tem sido uma ferramenta poderosa para a expressão da dor e da luta dessas mulheres. “As arpilleras representam um espaço seguro onde essas mulheres podem se encontrar, compartilhar suas histórias e criar juntas”, afirmou Iandria Ferreira, da coordenação nacional do MAB.
Em cada peça, mais do que uma simples representação visual, há um diálogo e uma reflexão sobre temas como desmatamento, insegurança alimentar e os efeitos das mudanças climáticas, que também afetam diretamente suas vidas.
Cartas de denúncia
Além das obras, cada arpillera é acompanhada por uma carta, na qual as artistas expressam suas experiências e denúncia. “Essas cartas são uma forma de levar nossas histórias a todo o país e ao mundo”, completou Iandria. Durante a exposição, os visitantes poderão conhecer algumas dessas cartas, que revelam a profundidade das vivências das mulheres atingidas.
Esta exposição não apenas ilumina os desafios enfrentados por essas mulheres, mas também celebra sua resiliência e a importância da arte como um veículo de transformação social.